Cientistas da Universidade de Michigan publicaram o artigo “Association between brain health outcomes and metabolic risk factors in persons with diabetes” (Associação entre os resultados de saúde do cérebro e fatores de risco metabólicos em pessoas com diabetes), estudo que descobriu que quanto mais tempo uma pessoa tem diabetes tipo 2, maior a probabilidade de mudanças no cérebro.
Os pesquisadores analisaram dados de 51 pessoas de meia-idade da comunidade indígena Pima dos Estados Unidos com diabetes tipo 2. Fizeram uma série de testes de memória e linguagem desenvolvidos pelos Institutos Nacionais de Saúde, bem como ressonância magnética, para determinar a relação entre diabetes, cognição e estrutura cerebral.
A demência é uma epidemia global com 57 milhões de casos estimados em todo o mundo em 2019, um número que deverá aumentar para 152 milhões até 2050. Esse aumento pode ser parcialmente atribuído ao aumento da prevalência mundial de diabetes tipo 2 e obesidade, pois os estudos sugerem que diabetes e obesidade estão associadas ao comprometimento cognitivo e demência.
Os índios Pima têm uma maior prevalência de diabetes tipo 2 com início precoce do que na população em geral. Esses índios também têm maior prevalência de neuropatia, obesidade e hipercolesterolemia, bem como uma maior incidência de doença renal crônica.
As imagens dos cérebros feitas sugerem que os participantes do estudo com diabetes tipo 2 a mais tempo mostraram diminuição da espessura cortical média e dos volumes de massa cinzenta e um maior volume de hiperintensidades da substância branca (associadas ao envelhecimento e a várias doenças, incluindo transtornos cerebrovasculares e demência).
Os pesquisadores também descobriram que as complicações do diabetes, como doença renal crônica e danos nos nervos do coração e dos vasos sanguíneos estão relacionadas a mudanças estruturais no cérebro.
Os pesquisadores ficaram surpresos que a neuropatia, pela qual até 50% das pessoas com diabetes podem ser afetadas, não foi associada à função cognitiva no estudo. Este estudo foi fundamental para a compreensão de como o diabetes afeta a saúde do cérebro. E enfatiza a importância da prevenção do diabetes tipo 2. Um alerta às autoridades públicas.

Mario Eugenio Saturno (http://fb.com/Mario.Eugenio.Saturno ) é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e congregado mariano
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