No menu items!
20 C
São Paulo
sábado, 23 novembro, 2024

Áreas verdes podem diminuir em até 5 graus a temperatura no meio urbano

Análise a partir de mais de 200 artigos científicos destaca o impacto na temperatura do ar nas grandes cidades através da presença de vegetação

Os efeitos positivos de áreas verdes e corpos d’água na redução do calor urbano em todo o mundo são apresentados em estudo internacional com participação da USP. A partir da revisão de 202 artigos científicos, os pesquisadores verificaram que é possível conseguir um resfriamento de até 5° Celsius da temperatura do ar com as chamadas Áreas de Infraestrutura Urbana verde-azul-cinza (GBGIs), que incluem jardins botânicos, parques verdes, rios e lagos, entre outros. Os resultados do trabalho foram publicados em artigo da revista científica The Innovation.

“Esta pesquisa teve origem em uma colaboração com a Universidade de Surrey [Reino Unido], por meio do professor Prashant Kumar, que coordenou o estudo”, relata a física Maria de Fátima Andrade, professora do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da USP, uma das autoras do artigo. “O trabalho integrou instituições de diferentes países, em vários continentes, que têm desenvolvido projetos em temas ligados à poluição do ar e outras questões da urbanização, como a ilha de calor urbana.” Nas cidades com elevado grau de urbanização, onde a temperatura é mais alta do que em regiões rurais próximas, o local é classificado como ilha de calor.

“Em trabalhos anteriores, foram analisadas emissões em diferentes tipos de cozinhas em diferentes partes do mundo, e a exposição a poluentes produzidos por diferentes modais de transporte, como carros, ônibus e trens”, explica a professora. “A pesquisa atual teve o objetivo de fazer uma revisão de trabalhos publicados em diferentes países sobre o impacto da presença de vegetação ou água na mitigação do calor urbano”.

Estes itens de vegetação e corpos d’água são classificados como áreas de infraestrutura urbana verde-azul-cinza (GBGIs). “A infraestrutura verde reúne parques, florestas urbanas, paredes verdes, telhados verdes e árvores”, afirma Andrade. “A infraestrutura azul está relacionada com rios, lagos e corpos d’água em geral.” A infraestrutura cinza inclui construções feitas pelo homem, como calçadas, edifícios, estradas e sistemas de drenagem.

Entre as recomendações que são feitas para os governos, a pesquisadora inclui novos códigos para construções nas cidades, criação de campanhas mostrando a importância da vegetação e disponibilização de recursos financeiros nos planos de ação oficiais para a recuperação de áreas verdes.

Por Júlio Bernardes para o Jornal da USP


 SUGESTÕES DE PAUTA: [email protected]

- Patrocinado -

Últimas

Três em cada cinco crianças vulneráveis não estão matriculadas em creches

Cerca de 2,6 milhões ainda estão fora da educação infantil Três em cada cinco crianças em situação de vulnerabilidade social no Brasil não estão matriculadas...

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui