Imunizante protege principalmente crianças e idosos contra formas graves da doença
Quando alguém fica gripado mesmo depois de tomar a vacina, pode parecer que o imunizante “não funcionou” e que ele não é eficaz. Mas isso não é verdade. A vacina da gripe funciona como um escudo de segurança: não é perfeita, mas ajuda bastante.
“Pense na vacina como um cinto de segurança, que não evita acidentes, mas protege dos piores ferimentos. Ou como um guarda-chuva, que te mantém muito mais seco durante a chuva do que se você estivesse sem nada”, explica o gestor médico de Desenvolvimento Clínico do Butantan, João Miraglia.
Em termos gerais, a eficácia é quanto a vacina protege uma pessoa da gripe, ou seja, o quanto tomá-la pode diminuir as chances de ficar doente, ressalta o gestor médico.
Um imunizante pode ter eficácia menor do que 100%, e ainda assim ser altamente eficaz no combate a uma doença. “Não existe vacina ou medicamento com 100% de proteção porque a resposta imune varia de pessoa para pessoa, sobretudo por fatores como idade, condição de saúde e uso de medicamentos”, afirma a gestora médica de Desenvolvimento Clínico do Butantan, Carolina Barbieri.
Apesar disso, a vacina da gripe continua sendo essencial, principalmente por sua capacidade de reduzir casos graves, hospitalizações e mortes, mesmo que não impeça totalmente os sintomas gripais leves.
Isso porque a gripe pode impactar gravemente a saúde e a qualidade de vida dos públicos mais expostos, especialmente os idosos, levando à perda de autonomia e agravamento de doenças pré-existentes. “A vacinação continua sendo a melhor forma de prevenção disponível, com benefício individual e coletivo, ao reduzir a circulação do vírus e proteger os mais vulneráveis”, esclarece Barbieri.
A vacina da gripe disponível no Programa Nacional de Imunizações (PNI), ou seja, ofertada no Sistema Único de Saúde (SUS), é a Influenza trivalente do Instituto Butantan. O imunizante é indicado para a proteção contra os vírus influenza. A vacina do Butantan é pré-qualificada pela OMS, que recomenda o uso de vacinas trivalentes da gripe, em vez das quadrivalentes.
Em 2025, a vacina da gripe passou a fazer parte do Calendário Nacional de Vacinação de rotina para crianças de 6 meses a menores de 6 anos, gestantes e pessoas com 60 anos ou mais. Isso significa que o imunizante estará disponível ao longo de todo o ano nas unidades básicas de saúde, não somente durante as campanhas sazonais para estes públicos, embora haja maior benefício ao tomar durante a campanha, que geralmente tem início no mês de setembro na região Norte e no mês de abril nas demais regiões.
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