O ser humano e o processo evolutivo são indissociáveis. Nossos antepassados descobriram diferentes formas de gerar energia, da força animal à queima de combustíveis fósseis. Tantos anos depois, a transição energética continua sendo um dos maiores desafios do século.
A matriz energética brasileira passou por uma evolução significativa entre 1970 e 2022. Em 1970, era dominada por fontes não renováveis. Nas duas décadas seguintes, o país iniciou sua diversificação, com participação de fontes renováveis. Atualmente, a matriz é majoritariamente composta por fontes renováveis, como energia hidráulica, que representa 56,8% de toda a eletricidade produzida no Brasil.
O assunto ganhou uma outra conotação devido às questões ambientais envolvidas. O planeta não vai suportar por muito tempo as emissões de carbono, responsáveis pelo efeito estufa e pelas mudanças climáticas.
No Brasil, o processo ganha destaque com o Programa de Transição Energética (PTE) desenvolvido pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI). O PTE tem como objetivo discutir cenários de transição energética de longo prazo, com metas ambiciosas e estratégias detalhadas para alcançar a neutralidade de carbono até 2050.
No ano passado, foram publicados importantes estudos que dão um norte sobre o futuro e o cenário para a transição energética no país. Os relatórios mostram que o Brasil deve alocar cerca de R$233 bilhões até 2050 para alcançar a descarbonização estipulada pelo PTE.
Alcançar essa meta ambiciosa implica na formação de uma aliança entre os setores público e privado para atingir um objetivo comum e benéfico para todos: um futuro mais verde e sustentável para as próximas gerações.
O Brasil está em uma trajetória promissora rumo à transição energética, com um forte apoio do mercado financeiro e parcerias estratégicas que visam promover a sustentabilidade e a descarbonização da economia. Mas vale ressaltar que os atuais episódios climáticos como; excesso de chuvas ou falta dela, demonstram como os investimentos robustos, regulamentações em constante evolução e uma matriz cada vez mais diversificada, são mais que necessárias no cenário atual dando a oportunidade do país aproveitar seu o potencial e se tornar um líder global em energia limpa e soluções sustentáveis.
Marcos Lima é Coordenador de Negócios Sustentáveis do BV
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