Mutirões nas UBSs, aumento de diagnósticos e novas estratégias de cuidado reforçam a prevenção e o tratamento do câncer de próstata na capital
Ao longo de todo o Novembro Azul, a Prefeitura de São Paulo realiza uma ampla programação voltada à saúde masculina. As 479 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da capital promovem atendimentos, exames e ações educativas para incentivar os homens a procurarem os serviços de saúde e manterem o acompanhamento regular.
De acordo com o Inquérito de Saúde da Capital (ISA Capital 2024), realizado pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS) em parceria com a Faculdade de Saúde Pública da USP, 63,2% dos homens com mais de 40 anos já realizaram exame de próstata — um avanço expressivo em relação a 2003, quando apenas 47% haviam feito o exame.
Apesar dos progressos, os homens ainda vivem, em média, 6,6 anos a menos que as mulheres, segundo o IBGE. A diferença está relacionada, em grande parte, à menor procura por serviços de saúde e ao diagnóstico tardio de doenças crônicas. Entre as principais causas de morte estão as doenças cardiovasculares, respiratórias, diabetes e câncer. O câncer de próstata, por exemplo, é o segundo tipo mais comum e o segundo mais mortal entre os homens, embora apresente 98% de chance de cura quando diagnosticado precocemente. No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima 71,7 mil novos casos por ano entre 2023 e 2025.
Para além dos exames, o Novembro Azul reforça a importância de uma rotina saudável. Profissionais de saúde destacam que hábitos como alimentação equilibrada, prática de atividade física e abandono do tabagismo são fundamentais para prevenir doenças e melhorar a qualidade de vida.
Tratamento e diagnóstico precoce crescem na rede municipal
O Hospital Municipal Dr. Gilson de Cássia Marques de Carvalho – Vila Santa Catarina, referência no tratamento de câncer, registrou um aumento expressivo de atendimentos. Entre janeiro e setembro de 2025, foram 179 casos de câncer de próstata tratados, com 105 cirurgias realizadas — praticamente o dobro do mesmo período de 2024.
Segundo a oncologista Gislaine Fernandes, o aumento reflete o sucesso das campanhas de conscientização e o maior acesso a exames e diagnóstico precoce. “Mais de 60% dos diagnósticos recentes já ocorrem em estágios iniciais, o que permite tratamentos mais eficazes e menos invasivos”, afirma.
Ela acrescenta que o envelhecimento da população masculina e os avanços tecnológicos também contribuem para detectar a doença mais cedo.
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