Uma pesquisa da USP descobriu que o Giro Subtropical do Atlântico Sul foi fundamental para controlar a concentração de CO2 na atmosfera terrestre e que, se o limite sul do Giro continuar se deslocando para o sul, por causa das mudanças climáticas, podem acontecer emissões adicionais de CO2 no Oceano Austral
Observar um microrganismo invisível a olho nu para reconstituir o comportamento, dos últimos 70 mil anos, de uma feição oceânica do litoral brasileiro.
Este é o trabalho de cientistas do Instituto de Geociências (IGc) e da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da Universidade de São Paulo que estudam um fenômeno oceanográfico que influencia no aquecimento global.
Durante os estudos, os cientistas descobriram que essa feição oceânica, conhecida como Giro Subtropical do Atlântico Sul, foi fundamental para controlar a concentração de CO2 na atmosfera terrestre. Também foi possível descobrir que podem acontecer emissões adicionais de CO2 no Oceano Austral, que banha o Continente Antártico, se o limite sul do Giro continuar se deslocando para o sul, por causa das mudanças climáticas.
Todos os oceanos passam por giros subtropicais, que são grandes sistemas de circulação de correntes superficiais. “Essa circulação é influenciada pela ação dos ventos. Os giros subtropicais são definidos por esse conjunto de circulações oceânicas superficiais”, explica Tainã Marcos Lima Pinho, mestrando em Geociências no IGc e principal autor do estudo.
Pela primeira vez pode-se observar que o Giro Subtropical do Atlântico Sul migrou para o sul em eventos de mudanças climáticas abruptas, chamados de eventos Heinrich, que aconteceram na última era glacial.
Com a redução na intensidade da Célula de Revolvimento Meridional, que transporta águas quentes, salinas e superficiais do Atlântico Sul até altas altitudes do Atlântico Norte, aconteceram essas alterações e o resultado foi o aquecimento.
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