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quinta-feira, 28 novembro, 2024

O cuidado com a saúde mental nas empresas

Cuidar da saúde mental dos colaboradores sempre foi necessário, mas, de uns tempos para cá, tornou-se essencial para a sustentabilidade das empresas e para o bem-estar dos funcionários. Mudanças legislativas têm pressionado as organizações a buscarem caminhos que levem ao equilíbrio da saúde da mente.

Uma das mais recentes e importantes é a Portaria 1.999, de 27 de novembro de 2023, que atualiza a lista de doenças do trabalho de 182 para 347. Ela põe o burnout e abuso de drogas, por exemplo, ao lado da ansiedade e depressão como enfermidades que podem ser adquiridas em ambiente corporativo.

Apesar de o pontapé inicial para a disseminação desta cultura de cuidar da mente das pessoas ter sido dado pelo poder legislativo, a preocupação com a saúde dos colaboradores ainda não é tão evidenciada como política corporativa quanto poderia.

Por isso, é possível afirmar que o ambiente dentro das organizações é, nos dias de hoje, pouco saudável. Este fato pode ser comprovado por meio de pesquisa da Conexa, ecossistema digital de saúde integral, realizada com gestores e profissionais de recursos humanos de 767 empresas do país no segundo semestre de 2023. Das 1.589 pessoas que participaram do levantamento, 83% afirmaram ter ocorrido afastamento em sua corporação por doenças mentais dos colaboradores.

Apesar de o cuidado com a saúde da mente dos trabalhadores não ser uma política adotada pela maioria no mundo corporativo, há uma boa notícia para ser contada. Já dá para dizer que há algumas poucas organizações olhando para o futuro.

O que fazer com um colaborador que está afastado por depressão, por exemplo: entrar em contato, não entrar em contato? E na volta deste colaborador ao trabalho, como recebê-lo? Como tratá-lo?

O melhor caminho nessas situações é o RH atuar com transparência e respeito. Ao saber que um funcionário está ou será afastado, o ideal é combinar o que ele prefere que se faça. Mostrar empatia e que a empresa se importa com ele.

O processo de conscientização em relação à importância do bem-estar dos funcionários está em fase inicial. Mas esta cultura já começa a ser vista nas empresas. O avanço para a implementação de políticas que promovam a saúde mental no ambiente corporativo é necessário. Quem não se mexer agora, vai ficar para trás. O espaço será preenchido por empresas que querem cuidar de gente. Afinal, quem não prefere trabalhar em um ambiente saudável e agradável?

Rui Brandão é vice-presidente de Saúde Mental da Conexa. Médico, com mais de dez anos de experiência na área de Saúde.


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