No menu items!
23.8 C
São Paulo
sexta-feira, 7 novembro, 2025

Niède Guidon, arqueóloga

No último 4 de junho, faleceu uma de minhas heroínas mais admiradas, embora menos conhecida, Niède Guidon, de quem tomei conhecimento no final da década de 1970, por suas descobertas que revolucionaram a história da ocupação das Américas. Uns anos atrás, assistindo um documentário a respeito desse assunto, diversos pesquisadores norte-americanos foram apresentados como se autores fossem da tese, lamentável!

Niède nasceu em 12 de março de 1933, na cidade de Jaú (SP). Morreu em São Raimundo Nonato, Piauí, na região que devotou sua vida. Ela estudou em uma escola pública. Depois, formou-se em História Natural pela Universidade de São Paulo (USP).

Conseguiu uma bolsa e foi especializar-se em Arqueologia Pré-Histórica, com ênfase em arte rupestre, na Universidade de Sorbonne em Paris (1961–1962). De volta ao Brasil, foi contratada pelo Museu do Ipiranga, em São Paulo.

Em 1963, o prefeito de Petrolina (Pernambuco) mostrou-lhe fotos de esboços curiosos descobertos nas paredes de um abrigo da Capivara, foi uma revelação. Ela percebeu que eram pinturas antigas. Porém, aconteceu o golpe militar e ela foi perseguida, refugiou-se na França. Então, fez seu doutorado.

Em 1973, ela conseguiu ir para a Serra da Capivara finalmente, após receber uma verba do Centro Nacional da Pesquisa Científica (equivalente ao CNPq brasileiro), e firmar uma parceria com a Universidade de São Paulo. Ficou três meses visitando 58 sítios que eram conhecidos pela população local.

A consagração começou em junho de 1986, quando a revista Nature publicou suas descobertas: A visão de que o homem não chegou ao continente americano antes da última glaciação como tem sido sustentada pelos sítios arqueológicos. No entanto, relatamos agora datas de radiocarbono de um sítio brasileiro que comprovam que o homem primitivo já vivia na América do Sul há pelo menos 32.000 anos. Essas novas descobertas vêm do grande abrigo rochoso pintado do Boqueirão do Sítio da Pedra Furada, cujas paredes e teto são decorados com um rico conjunto de pinturas pré-históricas.

Em suma, foi um exemplo de alguém que amou e protegeu nosso patrimônio histórico, algo pouco valorizado por muitos radicais atualmente.

Mario Eugenio Saturno (fb. com/Mario.Eugenio.Saturno) é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e congregado mariano.


SUGESTÕES DE PAUTA: [email protected]

- Patrocinado -

Últimas

Cura de câncer de próstata pode chegar a até 98%

Estimativa é de especialista da Sociedade Brasileira de Urologia A...

Frota de veículos elétricos cresce mais de 13 vezes em São Paulo

Parcela de veículos que contam com a opção de...

Cura de câncer de próstata pode chegar a até 98%

Estimativa é de especialista da Sociedade Brasileira de Urologia A estimativa de cura para pacientes com câncer de próstata pode chegar a até 98%. A...

Capital chega a 115 mil árvores em 2025 com plantio de mil espécies no Bosque Biguá, na Zona Su

Ação aconteceu no sábado (25) e integra o Programa São Paulo Mais Verde A cidade chegou no sábado (25) à importante marca de 115 mil...

Frota de veículos elétricos cresce mais de 13 vezes em São Paulo

Parcela de veículos que contam com a opção de abastecimento a etanol, considerado mais sustentável, também sobe 2,7% em relação ao ano passado O registro...

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Visão geral de privacidade

Este site usa cookies para que possamos fornecer a melhor experiência de usuário possível. As informações de cookies são armazenadas em seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.