Itaberaba-Hospital Vila Penteado, da Linha 6, ficará a mais de 65 metros de profundidade e passará sob o Rio Tietê
Com 65,71 metros de profundidade — equivalente a um prédio de mais de 20 andares — a estação Itaberaba-Hospital Vila Penteado da Linha 6-Laranja de metrô de São Paulo será a mais profunda da América Latina, superando a Santa Cruz, da Linha 5-Lilás, com 41,5 metros. Atualmente, a obra está com mais de 48% executada. O empreendimento é uma parceria público-privada (PPP) entre o Governo de São Paulo e a Concessionária Linha Uni.
Com 15,3 quilômetros de extensão, as 15 estações da nova linha irão ligar a Brasilândia, na zona Norte, à Estação São Joaquim, no centro. Sete estações têm profundidade igual ou superior a 45 metros. O professor da Escola Politécnica da USP, Pedro Wellington Teixeira, fala sobre os desafios em escavações e obras subterrâneas.
“A interpretação dos dados do subsolo é complexa, sendo necessário acompanhamento contínuo da obra para confirmar as hipóteses de projeto. O controle da água presente no subsolo é outro aspecto desafiador. É necessário manter o ambiente seco e evitar que o fluxo da água crie condições de instabilidade”, explica o especialista.
No caso da Linha 6, duas condicionantes determinaram as maiores profundidades, conforme explica Jelson Sayeg, coordenador da Comissão de Monitoramento de Concessões da Secretaria de Parcerias em Investimentos (SPI).
“Para a implantação de uma linha de metrô, é preciso considerar o ponto mais baixo do traçado. Na Linha 6, duas questões foram impositivas: passar por baixo do Rio Tietê e do túnel da Linha 4. A maior parte das estações ficará em grandes profundidades, chegando à estação Itaberaba, com 65,71m, a mais profunda da América Latina.”
A construção da Linha 6-Laranja é praticamente toda subterrânea, com exceção do Pátio de Manutenção Morro Grande. Na obra são utilizados três métodos de escavação: tuneladoras (TBM), o novo método Austríaco de túnel mineiro (NATM) e a vala a céu aberto (VAC).
“Na Linha-6, praticamente 13 km foram escavados com o ‘tatuzão’. A escolha do método depende de variáveis como custo e agilidade. Todos os métodos são monitorados constantemente, garantindo segurança às obras de grande profundidade”, reforça o coordenador da CMCP.
A estação de metrô mais profunda do mundo é a Arsenalna, em Kiev, a 105,5m de profundidade. Considerada uma das maiores obras de infraestrutura da América Latina, a Linha 6-Laranja é construída pelo grupo espanhol Acciona e será operada pela Linha Uni por 19 anos. A entrega do primeiro trecho, da estação Brasilândia até Perdizes, está prevista para o segundo semestre de 2026.
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