Policiais prestaram apoio por telefone a três crianças por dia em 2024
Era para ser apenas um passeio na casa da bisavó, quando a pequena Luísa, de dois meses, se engasgou após tomar um remédio. Desesperada, a mãe do bebê, Letícia Rosa, ligou para o 190 — telefone de emergência da Polícia Militar — enquanto tentava desengasgar a filha. Vizinhos e alguns parentes que viram a cena se aproximaram para tentar ajudar.
Assim que a ligação caiu no Centro de Operações da Polícia Militar (Copom), uma viatura foi despachada até o endereço da família, no Jardim Capitólio, em Leme, no interior paulista. O chamado de emergência foi recebido pelos cabos Willian Iaderoza e Gabriel Barros, da 4ª Companhia do 36º Batalhão de Polícia Militar do Interior, que estavam em patrulhamento e se deslocaram até o local.
“Eu sou pai de uma menina de um ano e o meu colega de farda tem uma filha com o mesmo nome da Luísa. Não tem como não se emocionar com um salvamento desses”, disse o cabo Iaderoza.
O policial, que também é técnico de enfermagem, fez a manobra de desengasgo na recém-nascida, que começou a expelir o líquido pelo nariz e pela boca. Ela foi levada com a mãe até a Santa Casa da cidade para realizar exames médicos, onde obteve alta no mesmo dia. Apesar do susto, a rapidez e a agilidade dos policiais foram fundamentais para um final feliz.
Chamados dessa natureza são comuns no Copom e no Centro de Operações do Corpo de Bombeiros (Cobom). Somente em 2024, as equipes atenderam 1,2 mil ocorrências de desengasgos de bebês e crianças em todo o estado de São Paulo, por meio dos números de emergência 190 e 193.
Na comparação com 2023, que registrou 760 ocorrências no período, houve um aumento de 57% no número de ligações. Só nos dois primeiros meses deste ano, 188 solicitações foram atendidas.
O capitão Raphael Brito, do Corpo de Bombeiros, dá dicas sobre o que fazer caso esteja sozinho ou enquanto aguarda a chegada do socorro:
1 – Coloque a criança no seu antebraço com o tórax para baixo e fique com a mão segurando seu queixo. Depois estenda o pescoço do bebê para tentar desobstruir as vias aéreas;
2 – Com a cabeça virada para baixo, dê cinco tapas nas costas do bebê fazendo um movimento para baixo e para frente. “Não tenha medo de machucá-lo nesse momento porque o tapa precisa ser firme para retirar o objeto ou fluido”, explicou;
3 – Após realizar os tapas, vire à criança e observe se o que causava o engasgo foi expelido. Com os dedos, faça o movimento de pinça, e tente desobstruir as vias aéreas com cuidado para não empurrar o objeto ou fluido ainda mais para o fundo da garganta;
4 – Se a criança ainda não estiver respirando, coloque dois dedos entre seus mamilos e faça cinco compressões;
5 – Se a criança não voltar a respirar, repita os passos.
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