No menu items!
22.5 C
São Paulo
terça-feira, 16 setembro, 2025

Insuficiência Cardíaca: um chamado urgente à ação para salvar vidas

Por Dr. Luiz Sérgio Carvalho

A insuficiência cardíaca (IC) é uma condição grave, muitas vezes silenciosa e perigosamente subestimada, tanto por pacientes quanto por profissionais de saúde.

No Brasil, entre 2019 e 2023, foram registradas mais de 941 mil internações por IC. Globalmente, a doença afeta mais de 64 milhões de indivíduos. A taxa de mortalidade anual para pacientes com IC pode chegar a 15%, e quase metade dos sobreviventes enfrenta novas hospitalizações em apenas um ano.

A realidade brasileira expõe uma preocupante desigualdade: pacientes com maior escolaridade e renda tendem a apresentar menor mortalidade e melhores resultados. Em contrapartida, os mais vulneráveis social e economicamente têm menos acesso a tratamentos modernos, morrendo até três vezes mais cedo e sendo hospitalizados com frequência até cinco vezes maior.

A transformação desse cenário começa no consultório. O médico desempenha um papel fundamental não apenas na prescrição, mas na educação e engajamento do paciente. Precisamos construir, junto ao paciente, uma narrativa compreensível sobre o que é a IC: uma doença crônica, progressiva e com risco de vida, mas controlável com tratamento eficaz e acompanhamento adequado.

Utilizar uma linguagem empática, comparações diretas e dados reais sobre os benefícios comprovados do tratamento é decisivo para melhorar a adesão. Envolver a família e a rede de apoio do paciente também fortalece o compromisso com o tratamento.

Pacientes também precisam ser agentes ativos em sua saúde. Reconhecer sintomas como falta de ar, inchaço nas pernas, cansaço excessivo e tosse persistente é o primeiro passo. Ao notar esses sinais, buscar avaliação médica rapidamente é essencial. Uma vez diagnosticado, compreender a importância do tratamento e aderir a ele rigorosamente faz toda a diferença.

Paralelamente, é necessário um compromisso sistêmico. Precisamos ampliar programas de educação em saúde, especialmente na atenção primária, capacitando equipes para identificar e manejar a IC precocemente. Incentivar a formação médica continuada com foco em comunicação empática e educação terapêutica é vital. Políticas públicas específicas, incluindo campanhas de conscientização para o público leigo e para a classe médica, podem mudar o panorama atual.

A insuficiência cardíaca não pode mais ser uma coadjuvante nos cuidados de saúde. Ela exige protagonismo clínico e atenção redobrada.

Dr. Luiz Sérgio Carvalho, médico PhD em Ciências Cardiovasculares, professor e especialista em investigação clínica, saúde e liderança.


SUGESTÕES DE PAUTA: [email protected]

- Patrocinado -

Últimas

GCM apreende mais uma moto usando placa comprada pela internet e já flagrada mais de 9 mil vezes

É a segunda ocorrência da semana envolvendo a placa...

ECA Digital: o que muda para redes sociais, jogos e aplicativos no Brasil

Por Dra. Alessandra Calabresi e Dr. Marco Antônio Araújo...

GCM apreende mais uma moto usando placa comprada pela internet e já flagrada mais de 9 mil vezes

É a segunda ocorrência da semana envolvendo a placa BRA49CC; desta vez, veículo era conduzido por uma mulher Uma mulher sem habilitação foi presa pela...

ECA Digital: o que muda para redes sociais, jogos e aplicativos no Brasil

Por Dra. Alessandra Calabresi e Dr. Marco Antônio Araújo Júnior Aprovado recentemente no Senado Federal, em Brasília-DF, o Projeto de Lei (PL) 2.628/2022, o ECA Digital, inaugura uma lógica de  proteção “desde a concepção” para serviços digitais acessíveis a crianças e adolescentes no Brasil.   Em termos práticos, plataformas, jogos e aplicativos passam a ter o dever jurídico de incorporar salvaguardas por padrão, como configurações de privacidade mais restritivas, mecanismos de avaliação e mitigação de riscos à saúde e à segurança, classificação de conteúdo por faixa etária, além de redução de funcionalidades que incentivem uso compulsivo. E, não menos importante: também terão de criar processos mais claros de prevenção à exposição a conteúdos ilícitos ou manifestamente inadequados.   Em suma, trata-se de harmonizar o princípio do melhor interesse do público infantil com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)  e com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), de modo a tornar a custódia parte do próprio funcionamento do serviço — e não apenas um mero aviso em termos de uso.  O PL também reforça a ideia de que, a supervisão parental, ou seja, por parte da família, precisa estar disponível dentro das próprias plataformas, em formato acessível e efetivo, permitindo aos responsáveis limitar o tempo de uso, ajustar recomendações, desativar recursos sensíveis (como geolocalização) e receber sinais claros sobre quando e como o controle está ativo.   No mesmo eixo, a verificação de idade passa a ser obrigação técnica e procedimental e com o uso de dados estritamente voltado à checagem. E mais: a proposta ainda articula responsabilidades com lojas de aplicativos e sistemas operacionais, para viabilizar a exigência de autorização expressa dos pais ou responsáveis em downloads, quando necessário.  A aplicabilidade da nova legislação é factível. Porém, exige coordenação regulatória e técnica. A efetividade dependerá de  regulamentação infralegal, que detalhe padrões mínimos de controles parentais, critérios de verificação etária, rotulagem de conteúdo e canais de recurso.   Também será necessária a cooperação entre plataformas, lojas de aplicativos e sistemas operacionais, para que o consentimento familiar e a classificação etária funcionem de ponta a ponta, com direito à governança de dados alinhada à LGPD.   A proposta em tela também prevê medidas graduais — de advertências a sanções mais severas — e mecanismos de transparência, como relatórios periódicos de riscos e de moderação.  Em síntese, o ECA Digital, que, agora, aguarda por sanção presidencial, eleva o patamar de proteção de crianças e de adolescentes no ambiente on-line, ao transformar boas práticas em deveres legais - sem perder de vista a liberdade de expressão e a inovação.   O desafio, daqui em diante, será fazer com que a regulação seja célere, clara e tecnicamente exequível, para que a proteção, por meio dos mecanismos de design, deixe de ser exceção e se torne regra no ecossistema digital brasileiro.  Dra. Alessandra Caligiuri Calabresi Pinto é advogada...

Cerca de 10 toneladas de latinhas consumidas durante grande festival de música em São Paulo serão recicladas

Iniciativa gera impactos positivos nos âmbitos ambiental e social, reforçando a importância da economia circular da embalagem A Novelis, empresa especializada na laminação e reciclagem...

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Visão geral de privacidade

Este site usa cookies para que possamos fornecer a melhor experiência de usuário possível. As informações de cookies são armazenadas em seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.