Segundo Cleber Santos, especialista em comportamento animal e CEO da Comportpet, uma boa preparação do animal deve começar ainda no período pré-natal, quando os tutores estão com, aproximadamente, seis meses de gestação.
Nessa fase, acontecem simulações de situações semelhantes às que poderiam acontecer dentro da casa com o bebê. São ensinados comandos para que o tutor consiga ter mais controle sobre o animal, a fim de que ele consiga reagir bem com visitas, lidar bem com brinquedos espalhados pela casa e com a própria necessidade de silêncio e cuidados com o bercinho da criança.
Outros comportamentos que podem ser treinados nesse momento são: não entrar no quarto sem permissão quando a mãe está amamentando, não subir no sofá e acabar passando por cima da criança (mesmo sem a intenção de machucar) e andar ao lado do carrinho de bebê durante os passeios.
O especialista enfatiza que, durante todo o treinamento de cognição, é também realizado um trabalho com o emocional do pet para seu autocontrole. Considerando que a tutora já está com a barriga pesada e a rotina com o pet fora do padrão, incorporamos comandos positivos para que ele consiga entender que o contexto mudou e as regras para ele também mudaram. Ele ainda considera o trabalho emocional com os pets crucial nessa fase em virtude da capacidade deles em absorver as reações. “Se os pais estão nervosos e inseguros, isso será transmitido diretamente ao pet, que pode reagir da mesma forma”, completa.
Santos explica que as sessões podem acontecer on-line ou presencialmente, com duração média de 40 minutos, cada. A quantidade de encontros vai depender de diferentes fatores, tais como raça, personalidade do pet e estado atual de comportamento. “O Labrador, por exemplo, é dócil com crianças. Por outro lado, é agitado e sua brincadeira mais tranquila pode machucar bastante. É importante olhar caso a caso”, completa.
Adaptação e Integração
[…] Na integração do animalzinho com o bebê, a recomendação é consultar um profissional da área pet para seguir orientações e evitar acidentes desnecessários. “Às vezes o animal não é receptivo à criança e pode não se aproximar ou não reagir bem ao contato físico. É preciso um olhar integrado, voltado para as emoções desse animal dentro de casa, com o compromisso de fazê-lo internalizar a nova situação. A preparação é para todos”, frisa Santos.
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