Nova unidade de medida calcula a sensação real de frio para aqueles que vivem em situação de vulnerabilidade nas ruas e passa a ser usada na previsão do tempo
É de conhecimento de todos que existe uma grande diferença entre a previsão do tempo e a sensação real da temperatura. Mas, pior do que isso é que a tradicional medição de temperatura não leva em consideração o conforto térmico humano, o quanto uma pessoa está ou não agasalhada e preparada para aquele clima.
Para isso, a Cruz Vermelha São Paulo (CVSP), entidade sem fins lucrativos que realiza ações como a campanha do agasalho, criou um novo dado de sensação térmica que leva em conta as condições gerais que pessoas em situação de rua vivem no inverno, que é ainda mais baixa e extrema do que o noticiado e lembra que, a doação é tão urgente quanto o frio.
“A ideia da Sensação Térmica de Urgência, criada e desenvolvida pela USP para a Cruz Vermelha São Paulo, é um instrumento fantástico para mobilizar ainda mais a atenção da população para a tão complexa situação vivenciada pela população em situação de rua. Para essas pessoas, a sensação de frio é ainda mais impactante, pois elas, por muitas vezes, não têm acesso a agasalhos ou locais seguros para se resguardar do frio. Essa ideia criativa e mobilizadora, assinada pela Lew’Lar\TBWA, chama a atenção da população para essa realidade e catalisa doações”, comenta Bruno Semino, diretor executivo da CVSP.
Criado em parceria com o laboratório de pesquisas climáticas da USP, o índice é estabelecido considerando temperatura e velocidade do vento, somado às condições gerais que uma pessoa em situação de rua vive no inverno, como índice de massa corporal médio, roupas mais usadas por pessoas nessa condição e arquitetura do local onde vivem, fatores que alteram diretamente a forma como sentem o frio e como as baixas temperaturas os impactam. Tudo para mostrar que existem pessoas sofrendo com uma sensação térmica ainda mais baixa e incentivar as doações.
O intuito é aumentar a noção de urgência vivida pela população em situação de rua e aumentar as doações de agasalhos. “A campanha do agasalho precisa acontecer todo ano. E precisa ter cada vez mais doações. Com esse objetivo, buscamos apresentar todo o drama das pessoas em situação de rua através de dados. E assim lembrar que o frio não é igual para todos”, comenta Rodrigo Tórtima, diretor executivo de criação da Lew’Lara\TBWA.
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