No menu items!
20.2 C
São Paulo
segunda-feira, 28 abril, 2025

Como músicas explícitas podem impactar a formação de adolescentes?

Por Juliano Rosa

A música é uma das formas mais profundas de expressão humana, acompanhando o indivíduo desde os primeiros anos e se tornando essencial na construção da identidade, especialmente durante a adolescência. No entanto, surge a preocupação sobre como as composições mais explícitas influenciam o desenvolvimento cognitivo e emocional dos jovens.

É importante destacar que essa reflexão não é uma crítica a estilos musicais específicos, mas sim uma observação sobre a adolescência, fase de intensa transformação emocional e neurológica. O cérebro adolescente está em estágio de alta plasticidade, tornando-o extremamente receptivo a influências externas, como a música. Algumas canções podem reforçar comportamentos prejudiciais, como objetificação, relações superficiais, violência, sexualização precoce e busca por prazeres imediatos.

O sistema límbico, responsável pelas emoções e impulsividade, está em plena atividade na adolescência, enquanto o córtex pré-frontal, que controla os impulsos e decisões, ainda se desenvolve. Ao serem expostos a letras que reforçam padrões negativos, os adolescentes podem internalizar essas mensagens e replicá-las. Um estudo da Universidade de Cambridge aponta que a música tem impacto significativo na formação da identidade.

A influência da música vai além do entretenimento, pois a repetição de certos temas reforça crenças limitantes e perpetua estereótipos nocivos. Pesquisa da Universidade de Stanford revelou que a exposição prolongada a conteúdos de sexualização precoce e violência pode aumentar a impulsividade e a propensão a decisões arriscadas. Além disso, estudo da Universidade de São Paulo revelou que 75% dos jovens acreditam que a música influencia suas percepções sobre relacionamento e comportamento social.

Contudo, não se trata de censurar gêneros musicais, mas de promover a educação e a consciência sobre o consumo. A solução está em incentivar a diversidade musical, expondo os jovens a canções que promovam autoestima, resiliência e conexão interpessoal saudável. Estudos indicam que ouvir músicas com gratidão e emoções positivas melhora o humor e favorece melhores decisões. Criar playlists equilibradas é uma estratégia importante.

Fomentar o pensamento crítico também é essencial. Discutir o significado das letras e refletir sobre o impacto delas no comportamento torna o consumo musical mais consciente. Famílias e educadores devem fortalecer o diálogo, permitindo escolhas mais informadas.

Juliano Rosa é músico e palestrante brasileiro, conhecido por sua trajetória no sertanejo e seu foco atual em neurociência aplicada à transformação pessoal


SUGESTÕES DE PAUTA: [email protected] 

- Patrocinado -

Últimas

Inscrições para o Prêmio Paulo Freire de Qualidade do Ensino Municipal 2025 estão abertas até 26 de junho

Poderão participar somente projetos inéditos, incluindo continuações ou ampliações O Prêmio Paulo Freire de Qualidade do Ensino Municipal 2025, promovido pela Câmara Municipal de São...

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Visão geral de privacidade

Este site usa cookies para que possamos fornecer a melhor experiência de usuário possível. As informações de cookies são armazenadas em seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.