No menu items!
28 C
São Paulo
sexta-feira, 1 dezembro, 2023

ARTIGO | O poderoso sentimento de pertença

Em uma aula recente, ouvi da professora esta assertiva conclusão: “O que o aluno constrói, ele não destrói.” Essa fala traduz um termo caro ao ser humano, em sua relação com o mundo: o sentimento de pertença.

A sensação de pertencimento ativa algo poderoso em nós. Somos capazes de enfrentar as mais áridas adversidades e, mesmo, muitos dissabores em nome daquilo que tem um pouco de nós: a nossa família, a nossa escola, o nosso time, a nossa cidade, o nosso país. Mais que isso, alimenta nosso otimismo. Vá alguém falar da nossa família, por mais problemática que seja! Um 7 x 1 pode até nos abater, mas não nos tira a alegria de pertencer a uma nação: um dia daremos o troco!

Considerando que, em grande medida, a escola representa os primeiros contatos da criança com “o mundo” e que boa parte do que se constrói nesse espaço molda o futuro cidadão, precisamos cultivar nos discentes esse bom sentimento e, sobretudo, levá-los a abrir-se para ele em outros contextos. Para além dos muros da escola, precisamos nos sentir parte de algo, precisamos de paixões, precisamos de causas por que lutar. Caso contrário, o niilismo se instala. E, na provocativa indagação de um famoso rock nacional, “como é que eu vou crescer sem ter com que me rebelar?”.

Ouvi de certo professor, um sociólogo, a expressão “fragilidade institucional”, como referência à incredulidade que toma a população a respeito das autoridades e órgãos governamentais.

Nesse mesmo sentido, vaticinou o ilustre mestre, um dos maiores desafios do nosso país é modificar a relação do brasileiro com o bem público. E explicou: enquanto o cidadão enxergar as ruas, os parques, as praias, os prédios públicos como espaços sem dono ou “do governo”, dificilmente haverá o senso de cuidado e preservação.

A pedagogia de projetos e as metodologias (cri)ativas apresentam-se como interessantes possibilidades. Especialmente, porque suscitam desafios e incentivam a aprendizagem colaborativa. E, ao se verem como parte dos problemas, os jovens hão de perceber que, na vida em sociedade, quase sempre, o “eu” precisa dar lugar ao “nós”; que a força deste, plural, é maior que a daquele, singular.

Esse pequeno passo no microcosmo escolar pode representar grande salto para a construção de uma sociedade mais harmônica.

Ênio César de Moraes É poeta e professor. Assessor Pedagógico no Colégio Presbiteriano Mackenzie de Brasília (CPMB) e professor de Língua Portuguesa


SUGESTÕES DE PAUTA: [email protected]

- Patrocinado -

Últimas

Ministério das Cidades vai liberar R$ 1,4 bilhão para o VLT da capital paulista pelo PAC

A ideia é que esse sistema de bonde moderno interligue ônibus e metrô A capital paulista deve receber em torno de R$ 1,4 bilhão do...

ARTIGO | Pressão arterial flutuante: sinal de alerta para demência e doenças cardíacas

Pequenas flutuações na pressão arterial (PA) dentro de 24 horas, bem como ao longo de vários dias ou semanas, estão associadas a distúrbios de...

Prêmio Municipal de Educação em Direitos Humanos é entregue a 11 projetos produzidos por estudantes

10ª edição do evento foi realizada em 14 de novembro no Memorial da Inclusão, na Zona Oeste Projetos sobre rios subterrâneos da região da escola,...

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui