Durante muito tempo as pessoas eram cobradas para terem alguma ocupação ou até mesmo se esforçarem para conseguirem uma atividade para complementar a renda familiar, pois era considerado por muitos que o trabalho trazia consigo, às vezes até em excesso, a felicidade; o senso de realização e de sentir útil e produtivo. Contudo, vem sendo observado que não basta estar profissionalmente ativo, é importante que o trabalhador tenha qualidade de vida durante a execução do seu ofício, que se sinta pleno, reconhecido em suas competências e necessidades e que esteja em um ambiente emocionalmente saudável. Sabemos que a Felicidade é uma construção e no mundo corporativo é um ativo cada vez mais valorizado e buscado por líderes que sabem que produtividade e felicidade caminham lado a lado.
Os índices de suicídios no Brasil são altos; ocorre um suicídio a cada 45 minutos e nas empresas a situação não é diferente. É preciso se preocupar profundamente em criar ambientes menos tóxicos, mais acolhedores e que promovam prevenção e acolhimento para estancar este aumento inaceitável de burnout, outros transtornos de saúde mental e o suicídio. As pessoas estão adoecendo e colocando o Brasil em uma posição que nada nos orgulha. Segundo dados da OMS – Organização Mundial da Saúde – estamos em 1º lugar no ranking de depressão e ansiedade da América Latina, com quase 19 milhões de pessoas nestas condições.
Adotar uma área, um departamento estruturado para cuidar da felicidade corporativa e desenvolver esta jornada mitiga muito os riscos de os colaboradores desenvolverem transtornos mentais relacionados pelo esgotamento profissional e isso traz resultado para as pessoas e para as empresas, pois pessoas felizes trabalham melhor e rendem mais.
Não se pode mais imaginar empresas que visam apenas lucro, produtividade e crescimento desconectados ao propósito de valorização do ser humano. Pensar isso é estar na contramão de um processo evolutivo e sem volta. É participar ativamente de uma sociedade que está adoecendo e ser conveniente com um cenário que precisar ser modificado. O futuro do trabalho é esse; sintonia entre saúde, felicidade e produtividade.

Kátia de Boer é Diretora Comercial da SAFE CARE, consultoria especializada na área de benefícios saúde e CEO da SAFE GROUP
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