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domingo, 10 agosto, 2025

Aplicação de bactérias em sementes reduz efeitos do aquecimento global em plantas, mostra USP

Técnica é conhecida por melhorar a qualidade nutricional e a digestão animal das pastagens

Técnica já usada no meio agrícola brasileiro, principalmente na produção de soja, é eficaz na redução dos impactos do aquecimento nas plantas. É o tratamento de sementes com bactérias promotoras de crescimento vegetal, que melhora funções como fotossíntese e trocas gasosas.

Publicada na Science of The Total Environment, a descoberta ocorreu em experimento com gramíneas forrageiras no campus da USP em Ribeirão Preto.

O pesquisador Eduardo Habermann, da FFCLRP da USP, afirma que a técnica melhora a qualidade nutricional e digestão animal das pastagens, mas é a primeira vez que se verifica efeito protetor contra o aquecimento.

Segundo ele, a redução dos impactos se dá pelo maior crescimento das raízes, que melhora absorção de nutrientes e água. “A inoculação estimula o sistema antioxidante das plantas, reduzindo o estresse oxidativo sob altas temperaturas.”

Para o professor Carlos Alberto Martinez y Huaman, líder da equipe, “a simbiose entre plantas e bactérias oferece vantagens, especialmente na fixação do nitrogênio, essencial para crescimento acelerado.”

O grupo realizou experimento por um ano no campus da USP, inoculando Azospirillum brasilense e Pseudomonas fluorescens, da Embrapa Soja, em gramíneas. Usaram o sistema T-FACE para simular aumento de 2°C na temperatura das plantas.

O objetivo foi simular cenário futuro e investigar as plantas inoculadas, pois altas temperaturas prejudicam fotossíntese, aceleram o ciclo e comprometem produtividade e qualidade.

Os resultados mostraram que o aquecimento reduz eficiência da fotossíntese, aumenta transpiração e estresse hídrico, além de diminuir biomassa e qualidade nutricional, mas a inoculação reverteu esses impactos.

Habermann destaca a sustentabilidade da técnica, que pode reduzir a necessidade de fertilizantes químicos, principalmente nitrogenados. Martinez defende substituição por alternativas sustentáveis, pois fertilizantes liberam óxido nitroso, gás 300 vezes mais potente que CO2.

Habermann acrescenta que o calor afeta a pecuária, reduzindo conforto térmico, consumo e produtividade dos animais, além da qualidade da pastagem.

Os resultados abrem possibilidades para pesquisa e produção alimentar, como investigar efeito em outras gramíneas como capim-marandu. Considerando grandes áreas agrícolas no Brasil, a fixação biológica pode substituir adubos nitrogenados e gerar impacto econômico, finaliza Martinez.

A pesquisa foi financiada pela Fapesp, com participação de pesquisadores nacionais e internacionais, incluindo Mariangela Hungria, da Embrapa Soja.


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