De 18 a 24 de novembro é celebrada a Semana Mundial de Conscientização sobre a Resistência Antimicrobiana (RAM), uma iniciativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) que tem como objetivo aumentar o entendimento sobre o tema e incentivar práticas responsáveis entre a população e profissionais de saúde. A campanha global reforça a importância do uso racional de antibióticos e outros medicamentos antimicrobianos, que estão perdendo eficácia diante do avanço das chamadas superbactérias.
A resistência antimicrobiana (RAM) surge quando microrganismos, como bactérias, vírus, fungos e parasitas, se transformam com o tempo e deixam de reagir aos medicamentos. Isso faz com que as infecções fiquem mais difíceis de tratar e aumenta o risco de espalhar doenças, causar complicações e até mortes. Com o passar do tempo, antibióticos e outros remédios perdem a eficácia, e algumas infecções podem se tornar praticamente impossíveis de curar.
O uso indiscriminado de antibióticos é um dos principais fatores por trás do surgimento dessas superbactérias: microrganismos resistentes a múltiplos medicamentos e que representam um dos maiores desafios para a saúde pública mundial. A infectologista do São Cristóvão Saúde, Dra. Michelle Zicker, explica que o fenômeno está diretamente ligado ao uso inadequado desses fármacos, tanto em humanos quanto em animais.
“As bactérias resistentes desenvolvem a capacidade de sobreviver e se multiplicar mesmo quando expostas a medicamentos antimicrobianos, como antibióticos”, afirma a especialista. “Elas evoluem por seleção natural: as mais suscetíveis morrem, enquanto as resistentes sobrevivem e passam essas características adiante. Assim, o uso excessivo, desnecessário ou incorreto dos antimicrobianos acaba favorecendo o surgimento e a propagação dessas cepas multirresistentes.”
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