Mulheres de ascendência africana possuem maior risco a tumores
A ancestralidade, seja europeia, africana, asiática ou indígena, é um conhecido fator para prever o tipo de câncer de mama mais provável de ocorrer em uma certa população. No entanto, em países miscigenados como o Brasil, apenas a cor da pele não é suficiente para determinar esse fator de risco.
Essa foi a conclusão de um estudo publicado na revista Clinical Breast Cancer por pesquisadores do Hospital de Amor, antigamente conhecido como Hospital do Câncer de Barretos.
“Os resultados apontam para a necessidade de realizar exames anuais em populações de ascendência africana, predominante no Norte e Nordeste do país. Além dos fatores socioeconômicos, que podem influenciar o prognóstico da doença nessa população, observamos uma maior proporção de ancestralidade africana em mulheres com o subtipo molecular triplo-negativo, que é sabidamente mais agressivo, multiplica-se mais rápido e tem menos opções de tratamento”, esclarece René Aloisio da Costa Vieira, pesquisador do Hospital de Amor e um dos coordenadores do estudo, financiado pela FAPESP.
No estudo, realizado em mais de mil pacientes com câncer de mama de diferentes regiões do país, observou-se que a ancestralidade avaliada geneticamente foi fator associado com a classificação molecular do câncer. “Isso mostra como a cor da pele não é determinante para o tipo de tumor, mas, sim, a ancestralidade”, comenta Rui Manuel Reis, coordenador do Centro de Pesquisa em Oncologia Molecular (CPOM) da mesma instituição.
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