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terça-feira, 1 julho, 2025

A Zika e a dengue até 2050

Foi publicado na revista “PLOS Neglected Tropical Diseases” o estudo sobre o impacto do aquecimento em doenças de Zika e de dengue em cidades brasileiras, por pesquisadores da Escola de Saúde Pública da Universidade de Michigan: “Long-term projections of the impacts of warming temperatures on Zika and dengue risk in four Brazilian cities using a temperature-dependent basic reproduction number”.

Os vírus da Zika e da dengue são arbovírus que são transmitidos aos seres humanos pelo mosquito Aedes aegypti. A Zika foi introduzida nas Américas em 2015, causando numerosos surtos. Como a transmissão de doenças por vetores depende da temperatura, trabalhos recentes procuram estimar como as mudanças climáticas impactarão em novas regiões.

A dengue tem uma história mais longa na região, surgido nas Américas no século XVII. Devido a isso, ela foi mais estudada do que a Zika e fornece um ponto de comparação útil ao considerarmos o impacto potencial das mudanças climáticas.

Estima-se que cerca de metade da população mundial viverá em regiões que se tornarão favoráveis para a transmissão de arbovírus até o ano de 2050. Vários fatores tornam o Brasil particularmente vulnerável. Destaca-se o desmatamento na região amazônica, bem como o aumento generalizado das temperaturas, ambos favoráveis à reprodução de mosquitos.

Surtos de arbovírus, como o surto de Zika no Brasil em 2015, também foram atribuídos em parte às condições do El Niño daquele ano, o Aedes aegypti, o principal vetor da Zika e da dengue, é particularmente adaptado para condições quentes e úmidas.

Os pesquisadores utilizaram um modelo matemático do impacto de vetores dependentes da temperatura. Com os dados de temperatura de 2015 a 2019 e projeções para 2045 a 2049, tiveram como resultado que o potencial epidêmico da Zika aumentará além dos níveis atuais.

A estação de risco de arboviroses para o Rio de Janeiro aumentará cerca de três meses, a de Zika em Recife aumentará cerca de dois meses. Com temperaturas mais baixas, São Paulo está no limite, não configurando estar livre. Já Manaus, os pesquisadores estimam que em alguns anos a região terá temperaturas muito altas, favorecendo a transmissão do Zika. Assim, medidas de contenção são necessárias e urgentes. Um trabalho para todos os governos federal, estaduais e municipais, incluindo senadores, deputados e vereadores!

Mario Eugenio Saturno é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e congregado mariano.


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