Muitos acordos foram feitos que podem impactar o Brasil em diversos setores; Pela 1ª vez o combustível fóssil foi debatido com propostas de redução e exclusão; Alguns viram a COP26 como copo meio cheio, outros viram meio-vazio
A Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP26) terminou e levou quase duas semanas com incentivos, projetos, propostas e ações voltadas para o bem-estar da natureza e das minimizações das mudanças climáticas com as ações feitas pelo homem.
O resultado final foi bem diversificado sob inúmeros pontos de vistas, alguns saíram da COP26 dizendo que os acordos firmados foram um fracasso, outros saudaram a importância de promover um debate como esse e reagiram positivamente com as ideias apresentadas, ainda há o terceiro grupo que ficou em cima do muro, achando que o evento não teve impacto significante.
Combustíveis Fósseis
Não dá para falar de emissões de gases na atmosfera sem pensar em combustíveis fósseis e petróleo, principal vilão dos ambientalistas, porém é uma realidade há muitos anos em nossa rotina e precisa ser destaque também, esta edição foi a primeira vez em que este tema foi abordado de forma séria e com propostas.
O Acordo de Glasgow, assinado por 200 países prevê uma redução gradual desse tipo de combustível. Os países Índia e Irã relutaram no acordo, alegando que não deixarão de usar o combustível fóssil, mas no fim cedeu no acordo, onde ao invés de “eliminar” o carvão de uso, propuseram a “reduzir”. A discussão em volta deste tema foi vista com bons olhos até por ambientalistas, enxergando o combustível fóssil como no final de seu ciclo com a humanidade, mas outro fator que deixa o petróleo ativo na economia de alguns países, está no combate a probeza, sendo muito difícil países em desenvolvimento terem estrutura necessária para realizar uma troca radical de tecnologias e combustíveis limpos em toda a sociedade.
Futuro da atmosfera
Dados as preocupações climáticas, agora o foco da futura COP27 será os gases lançados de efeito estufa. A preocupação dos principais países é acelerar a redução para a emissão líquida zero, ou seja, chegarmos em um equilíbrio onde a quantidade de gases de efeito estufa lançado seja menos do que a retirada da atmosfera.
Fala-se muito de manter o aquecimento global em 1,5ºC, visando ter o menor impacto ambiental possível, com isso, os últimos relatórios da ONU apresentam redução pela metade desses gases até 2030 e chega na emissão líquida zero em 2050.
Agora que a COP26 acabou, não adianta chegar todo arrumado com a melhor das intenções nas apresentações e na volta para casa não fazer seu papel e continuar com as indústrias lançando gases da mesma maneira, é preciso seguir o próprio exemplo do que foi dito e contribuir para que as futuras gerações vivam em um Planeta Terra melhor.
Em 2015, no Acordo de paris, os países desenvolvidos prometeram uma renda de U$ 100 bilhões por ano a partir de 2020 para apoiar a causa ambiental em países de Terceiro Mundo. Mas até o momento esse investimento não foi posto à prática, além disso, países em desenvolvimento alegam que o investimento é muito maior, pedindo uma divisão de 50% nos investimentos totais.
Visão Pessimista
Havia a expectativa de criação de fundos voltados para a crise climática que os países mais afetados estão vivendo, mas foi tudo para debaixo do tapete sem ninguém nem reclamar. A ideia foi posta na discussão, porém os países desenvolvidos exigem um diálogo maior com os países afetados, acarretando em uma demora de anos para firmar um acordo como este. Estados Unidos e a União Europeia também se mostraram contra este acordo, dando a entender que não querem tirar do próprio bolso a solução do problema dos outros.
Visão Otimista
Há aspectos positivos para se comemorar também, zerar o desmatamento e conservar as florestas do mundo inteiro até 2030 foi pautado realizando um acordo, assinado pelo Brasil, sendo importante, pois em só em 2020, 46% das emissões de gases do efeito estufa do Brasil veio de emissões advindas de desmatamento.
Países da União Europeia, Estados Unidos e China se prontificaram em assinar um pacto onde barrará as importações de produtos advindo de desmatamento, é uma notícia maravilhosa, tendo em vista o crescente desmatamento ilegal da Amazônia nos últimos anos, mas mais do que falar, é preciso cumprir este tipo de acordo para que dê realmente certo.
Além disso, 27 grandes empresas assinaram outro pacto para não comprar soja cultivadas em áreas desmatadas para conversão de terra agrícola. Sabendo que o Brasil é o grande exportador de soja para o mundo inteiro, caso acordo seguido à risca, o Brasil poderá manter sua mata nativa com incentivos de preservação.
A exceção de Irã e Índia, países como Polônia, Vietnã e Chile se prontificaram em abandonar o carvão, dando sinais de um ar mais limpo para todos nós.
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