Norma responde ao avanço da frota elétrica no estado e no Brasil, com vendas que já representam 8% do mercado total de automóveis
Com o crescimento acelerado da frota de carros elétricos, o Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo, em parceria com o governo estadual e a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), acaba de lançar uma cartilha com novas normas de segurança para garagens que tenham carregadores elétricos. As novas regras passam a valer como referência técnica para condomínios residenciais, comerciais e mistos em todo o estado com o intuito de evitar sobrecarga, curto-circuito e incêndios.
Segundo a ABVE, São Paulo registrou, só no primeiro semestre de 2024, a venda de 33.700 veículos elétricos, um aumento de 26% em relação ao mesmo período de 2023. No Brasil, os eletrificados já representam 8% das vendas totais de veículos leves. São 86.849 unidades vendidas no primeiro semestre de 2025, um crescimento de 9,5% comparado a 2024.
Para Marcus Nobre, CEO da uCondo, startup especializada em tecnologias para gestão de condomínios, a iniciativa é necessária e chega em boa hora. “Estamos diante de uma transformação irreversível na mobilidade urbana. As pessoas querem carros de uso mais econômico e, principalmente, sustentável. Por isso, os condomínios precisam se preparar técnica, jurídica e financeiramente para a era dos carros elétricos, e a cartilha vai ser um marco importante para orientar síndicos e moradores com segurança”, afirma.
Entre as exigências da nova cartilha estão a instalação de sensores de calor, ventiladores para renovação de ar e chuveiros automáticos nas garagens com pontos de recarga. As medidas visam padronizar procedimentos que hoje variam de prédio para prédio, já que, até agora, as instalações dependiam apenas das recomendações dos engenheiros contratados individualmente.
Além da segurança, a padronização busca facilitar decisões sobre quem paga pelas adaptações. “A instalação de carregadores envolve intervenções na estrutura do prédio, então precisa ser aprovada em assembleia”, explica Nobre. De acordo com ele, esse é um ponto sensível que exige diálogo e planejamento coletivo. “Se for decidido que a mudança beneficia o condomínio como um todo, os custos podem ser divididos entre todos os moradores, inclusive os que ainda não têm carro elétrico, como já acontece na construção de áreas comuns, as academias e quadras, por exemplo.”
Outra possibilidade é que apenas os usuários do serviço arquem com os custos, caso a estrutura do prédio permita segmentações elétricas e o rateio individualizado. Nobre alerta que, em ambos os casos, o síndico continua sendo o responsável legal por qualquer instalação.
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