Apenas 25% do público-alvo, que são crianças de 10 a 14 anos, está vacinado com primeira dose
A dengue é um problema conhecido de todos os brasileiros. Já faz parte da nossa cultura vistoriar lugares para que não tenham pontos de água parada e se tornem criadouros do mosquito transmissor da doença, além das campanhas de conscientização. Ainda sim, não conseguimos vencer este mal. Somente em 2024, foram mais de seis milhões de casos de dengue e 5.972 mortes provocadas pela doença, segundo o Painel de Monitoramento de Arboviroses do Ministério da Saúde.
Também em 2024, foi iniciada a campanha de vacinação contra a dengue em crianças de 10 a 14 anos. Contudo, a meta de vacinar 90% do público-alvo está muito abaixo do esperado, com apenas 25% tendo recebido a primeira dose. “É muito preocupante essa baixa cobertura vacinal. As fake news nas redes sociais, falam em malefícios fictícios de uma doença provocada pelas vacinas e não promovendo os benefícios que são comprovados sobre a vacina. Precisamos bolar estratégias para bloquear a disseminação das falsas informações”, afirma a médica Mônica Verdier, Médica de Família e Comunidade da Sami Saúde.
A questão da faixa etária também gera dúvidas na população, como o porquê da escolha de crianças para receber as vacinas primeiro, e não os idosos. “As crianças foram escolhidas para iniciar a vacinação porque é o grupo de maior risco para hospitalização. Uma das hipóteses para essa hospitalização é que, muito provavelmente essas crianças cresceram numa área endêmica para dengue e já entraram em contato com o vírus durante a infância. Quando elas manifestam essa dengue com 10 a 14 anos, já estão em um segundo episódio da doença, que costuma ser mais grave”, explica a doutora.
Na terça-feira (25), o governo federal anunciou a possibilidade da vacinação em massa da população a partir de 2026. O imunizante de produção 100% nacional será aplicado conforme a capacidade de produção do laboratório. Enquanto a vacina não chega para todos, a solução é combater a reprodução do mosquito, não deixando locais para acúmulo de água. A vacinação das crianças também ajuda, diminuindo a hospitalização. As vacinas são aplicadas pelo SUS nas UBS e AMAs.
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