A experiência é baseada na energia geotérmica (do interior da Terra) e partiu da primeira tese de doutorado brasileira sobre o assunto. Pesquisas internacionais mostram ainda que este tipo de projeto propicia economia no consumo de energia e reduz a emissão de dióxido de carbono
Um prédio que usa o solo para climatizar os ambientes.
Isso é inédito no Brasil e será implementado numa edificação que está sendo construída na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP).
Essa ideia surgiu numa pesquisa da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP, quando os pesquisadores analisavam uma forma de usar as fundações dos prédios para trocar a energia térmica entre o prédio e o subsolo.
Toda essa experiência é baseada na energia geotérmica (do interior da Terra) e partiu da primeira tese de doutorado brasileira sobre o assunto, feita pela pesquisadora Thaise Morais, do Departamento de Geotecnia (SGS) da EESC.
“A temperatura da região que vai desde a camada superficial da crosta terrestre até algumas centenas de metros de profundidade é resultado das interações naturais que ocorrem entre o ambiente externo e o interior da crosta. Assim, o solo funciona como uma espécie de bateria ou reservatório de energia térmica”, explica a especialista.
Para captar ou rejeitar o calor do/no solo, o sistema utiliza as estacas que compõem o próprio edifício e que estão enterradas, ou seja, em contato direto com o solo. “Nos testes, usamos água potável como fluido para a troca de calor entre a fundação e o subsolo. A bomba troca calor com a água a partir de um outro fluido refrigerante que circula em seu interior. Essa troca é feita de forma contínua e repetitiva até que a temperatura desejada para o ambiente seja alcançada”, relata a pesquisadora Thaise.
Pesquisas internacionais mostram ainda que este tipo de projeto propicia economia no consumo de energia. “A experiência internacional tem demonstrado que este tipo de sistema tem sido eficiente e bem-sucedido para aquecer ou resfriar os ambientes e na redução do consumo de energia. O uso destas estruturas tem sido incentivado na Europa pelo governo a fim de reduzir os gastos e a emissão de dióxido de carbono”, afirma.
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