Cerca de três milhões de pessoas são usuárias de vape no Brasil
Considerado sensação entre os jovens, o uso de cigarros eletrônicos, também conhecidos como vapes, podem trazer diversos malefícios à saúde – incluindo problemas na fertilidade masculina e feminina. Somente nos últimos seis anos, o aumento da utilização dos dispositivos foi de 600%, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Nos homens, segundo uma pesquisa publicada pela Universidade de Cumhuriyet, na Turquia, foi observado que os cigarros eletrônicos podem diminuir a contagem de espermatozoides e provocar alterações morfológicas nos testículos. Isso ocorre devido a um potencial aumento do estresse oxidativo causado pelo líquido do dispositivo.
“Contudo, um ponto de atenção é que, até o momento, o estudo foi realizado em ratos machos, que foram expostos tanto à fumaça de cigarros eletrônicos quanto dos convencionais. Apesar dos dados importantes, ainda são necessárias mais pesquisas para analisar os impactos causados a longo prazo”, explica Verônica Ferraz, especialista em Reprodução Assistida da GEARE, unidade do FertGroup.
Um outro cenário é o de que os vapes e o tabaco podem diminuir a fertilidade feminina. A pesquisa, que reuniu 325 mil mulheres (a maioria entre 20 e 30 anos), através de um relatório fornecido pela Hertility Health, mostrou que os níveis do Hormônio Anti Mulleriano (AMH) eram mais baixos naquelas que usavam os dispositivo em todos os grupos etários.
“É fundamental que as mulheres que desejam engravidar abandonem o hábito. A nicotina, encontrada nos dispositivos, pode, por exemplo, restringir os vasos e reduzir o fluxo sanguíneo para o útero, dificultando assim a concepção e aumentando o risco de complicações na gravidez”, comenta a especialista.
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