Pesquisa inédita mostra que 1 hora de tela/dia aumenta em 23% o risco de miopia em crianças
A NAS (National Academy of Sciences) dos EUA acaba de definir a miopia, dificuldade de enxergar à distância, como doença ao invés de erro refrativo. Para o oftalmologista, Leôncio Queiroz Neto, diretor executivo do Instituto Penido Burnier e membro fundador da ABRACMO (Academia Brasileira de Controle da Miopia e Ortoceratologia) a nova definição da NAS está relacionada ao aumento exponencial da miopia infantil no mundo todo.
O pior é que uma recente pesquisa publicada na revista científica da Academia Americana de Oftalmologia, JAMA Open Space mostra que o risco da criança desenvolver miopia aumenta 23% após uma hora em frente às telas.
Queiroz Neto afirma que nos consultórios a maioria dos pais relatam que os filhos não saem da frente das telas. “Em plena era digital é natural que tenham dificuldade de tirar as crianças da frente das telas. A questão é que os tratamentos de controle da progressão da miopia já se mostraram efetivos e geralmente a miopia aparece na infância”, comenta.
Os sintomas da baixa e moderada miopia são: queda no rendimento escolar, visão à distância embaçada, dificuldade para ler a lousa ou placas distantes, apertar os olhos com frequência e dor de cabeça após leitura prolongada.
Na alta miopia o crescimento do olho aumenta o risco de desenvolver catarata precoce. Pode também causar glaucoma por dificultar a livre circulação do humor aquoso, líquido que preenche o globo ocular. O maior risco é a progressão para rasgo ou deslocamento da retina. As duas alterações são emergências oftalmológica que devem receber atendimento especializado imediato para evitar a perda irreparável da visão. Os sintomas são: enxergar manchas, flashes de luz, visão embaçada distorcida, ver imagem ondulada ou uma cortina que se fecha sobre a visão e perda súbita da visão.
Crianças com baixa e moderada miopia podem corrigir a visão com lentes de contato ou óculos. A alta miopia infantil hoje conta com lentes de contato, óculos e colírio de atropina que são indicados conforme a avaliação e perfil de cada criança.
Garantir a boa visão das crianças é essencial para o desenvolvimento cognitivo e social. Por isso a recomendação é um exame de rotina/ano. Queiroz Neto afirma que dificilmente uma criança que tem dificuldade de enxergar sabe comunicar o problema aos pais por não terem referência do antes e depois. “Já atendi crianças com 4 graus de miopia que nunca tinham usado óculos. Por isso, o exame anual é o caminho mais curto para prevenir a alta miopia”, conclui.
SUGESTÕES DE PAUTA: [email protected]