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segunda-feira, 25 novembro, 2024

Sarampo ameaça a saúde ocular das crianças

Estudo da OPAS indica que em 86% das cidades brasileiras o risco da doença é alto. Crianças formam o principal grupo de risco.

Na 26ª Jornada Nacional de Imunizações, realizada em Recife pela SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações), a OPAS (Organização Panamericana de Saúde) apresentou um levantamento alarmante sobre a situação do sarampo no Brasil. O estudo revela que em 86% das cidades brasileiras o risco da doença é alto e em praticamente 14% das cidades é médio, com exceção de quatro que têm baixo risco. Por isso, a Opas fez uma série de recomendações ao plano nacional de imunização para conter a doença através do incentivo vacinação

Segundo o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto do Instituto Penido Burnier crianças, idosos e pessoas imunodeprimidas são os grupos mais afetados, mas a contaminação pode ocorrer em todas as idades. “Causado pelo Morbillivírus, o sarampo é altamente contagioso e a única forma de prevenir é ganhar imunidade ativa tomando a vacina”, salienta.

O especialista diz que nos primeiros meses de vida o vírus pode atingir a córnea do bebê, lente externa e transparente do olho que responde por 60% de nossa refração, antes até de surgirem as primeiras erupções na pele. Portanto, é muito importante observar os olhinhos do bebê que ficam vermelhos, evitam a luz pelo aumento de fotofobia e apresentam uma secreção viscosa.

“Estes são os sintomas da ceratite, uma inflamação na córnea que deve ser tratada imediatamente para evitar a formação de cicatrizes que podem comprometer o bom amadurecimento da visão”, pontua. Queiroz Neto explica que o sistema ocular não está totalmente formado quando nascemos e qualquer bloqueio nos primeiros anos de vida compromete o desenvolvimento do olho em sua plenitude.

Sintomas e transmissão

“Os sintomas sistêmicos do sarampo são febre, coriza, tosse, erupções vermelhas na pele e em alguns casos conjuntivite”, pontua. O especialista afirma que a transmissão se dá pelo contato com as secreções expelidas pelo pessoa contaminada.

Prevenção e tratamento

“A única forma de prevenir o sarampo é através da vacina tríplice viral que também protege contra a rubéola e a caxumba. A primeira dose deve ser aplicada quando a criança completa um ano e a segunda três meses depois”, afirma. O tratamento de pessoas contaminadas pelo vírus do sarampo visa reduzir o desconforto e quando ocorre conjuntivite necessita de acompanhamento para uso correto do colírio com corticoide.


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