Em meio ao Setembro Amarelo levantamento mostra os principais tabus, barreiras e medos sobre saúde mental no Brasil
O suicídio já é a segunda principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos no Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde. Em um cenário no qual falar sobre saúde mental nunca foi tão urgente, a Doctoralia, plataforma de saúde que conecta pacientes a médicos de diferentes especialidades, acaba de divulgar uma pesquisa inédita sobre o tema, com a participação de 3.400 pessoas de todas as regiões do Brasil.
O levantamento aponta que 39,3% dos brasileiros pesquisados já fazem ou fizeram terapia, enquanto 20,5% afirmam nunca ter cogitado procurar ajuda profissional. Entre aqueles que já pensaram em buscar atendimento psicológico ou psiquiátrico, os principais motivos de desistência foram a falta de recursos financeiros (19,7%), a dificuldade em escolher um profissional (12,9%) e a vergonha ou estigma (7,6%).
Em relação aos tabus, 54% dos participantes acreditam não haver barreiras significativas para buscar ajuda, mas ainda persiste a percepção de que “terapia é coisa para pessoas fracas ou loucas” para 12,9% dos respondentes. Já entre os medos pessoais, os principais são não conseguir se abrir com o profissional (9,5%), reviver traumas dolorosos (7,6%) e o receio de que a terapia não funcione, gerando “perda de tempo” (6,1%). Por outro lado, a maioria, 62,8%, declarou não ter receios específicos em relação ao tratamento.
Para Flávia Soccol, Head de Patient Care da Doctoralia, os dados refletem os desafios do cuidado com a saúde mental no Brasil. Segundo ela, “muitos brasileiros sabem da importância da terapia, mas ainda enfrentam obstáculos financeiros, sociais e culturais. Entender esses fatores é essencial para promovermos a educação em saúde mental e ampliar o acesso a esse cuidado, que pode salvar vidas.”
O psiquiatra, Ayman Yassine Salim, reforça a necessidade de ampliar a discussão, especialmente entre os mais jovens: “O suicídio já é uma das principais causas de morte nessa faixa etária. Precisamos conversar sobre saúde mental sem preconceitos e estimular a busca por ajuda profissional. Informação e acolhimento são fundamentais na prevenção.”
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