De acordo com Roberto Zilles, a maior parte dos componentes de um módulo fotovoltaico possui cadeia de reciclagem bem estabelecida
A utilização de painéis solares é uma das melhores opções de fontes limpas e renováveis de energia e aparece como alternativa aos métodos tradicionais de energia poluente, como os combustíveis fósseis. Ao final de sua vida útil, existem diversas maneiras de reaproveitar esses dispositivos, que incluem desde a realocação para outras finalidades até a separação dos componentes para reciclagem. Roberto Zilles, professor do Instituto de Energia e Ambiente (IEE) da USP, discorre sobre o reaproveitamento dos componentes de um painel solar e sua importância para redução de impactos ambientais.
Segundo o especialista, os painéis solares, também chamados de módulos fotovoltaicos, são compostos predominantemente de vidro e alumínio, que juntos representam cerca de 90% do material total. No entanto, ele conta que vários outros materiais fazem parte dos módulos, sobretudo o semicondutor, que é responsável pela conversão da radiação solar em eletricidade.
“Os módulos fotovoltaicos têm uma vida útil superior a 25 anos, com uma degradação anual estimada em 0,5%. Por causa disso, muitos fabricantes indicam que, após 25 anos, um módulo fotovoltaico terá cerca de 80% da potência que tinha no início de sua operação. Devido a essas estatísticas, esses dispositivos possuem um nível de confiabilidade e eficiência considerado elevado comparado a muitos outros produtos”, analisa.
Reciclagem
De acordo com o professor, após os 25 anos de operações, os módulos ainda podem ser utilizados, mesmo com a potência reduzida e a Universidade de São Paulo, inclusive, possui diversos painéis com idade superior aos 25 anos, que permanecem em funcionamento. Conforme Zilles, quando chega o momento de fim do funcionamento de um módulo, a maior parte de sua composição, constituída pelo vidro e alumínio, já possui uma cadeia de reciclagem bem estabelecida e é fácil de ser reaproveitada.
Os outros 10% da composição são formados de uma película encapsulante conhecida como EVA, alguns materiais semicondutores, uma parte protetora chamada de fluoreto de polivinil ou tedlar e os materiais condutores, os quais normalmente são feitos de cobre. Dentre todos esses materiais, o docente conta que os mais importantes e possivelmente com maior facilidade para serem reaproveitados no processo industrial são a prata e o estanho.
Por Julio Silva para o Jornal da USP
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