Por Gabriela Guimarães de Souza
A recessão econômica vivida pelo Brasil no início da segunda década dos anos 2000, potencializada pela pandemia do COVID-19 que encerrou os primeiros 20 anos do milênio,resultou em uma alta de desempregos que incentivou o empreendedorismo em massa.
Dados do IBGE apontam que, entre 2010 e 2024, cerca de 60 milhões de CNPJ’s nasceram no Brasil, sendo que aproximadamente 40 milhões das empresas nascidas nesse período morreram no meio do caminho.
Abrir uma empresa no Brasil nunca foi tão fácil quanto hoje. No entanto, com a defasagem do nosso sistema educacional, as habilidades de administração e gestão empresarial, financeira e de pessoas são desenvolvidas majoritariamente nos ambientes acadêmicos e de especialização profissional.
No Brasil de 2022, menos 20% da população relatou nível de formação acadêmica, representando por volta de 25 milhões de pessoas graduadas em um país de população registrada em mais de 200 milhões de habitantes. Enquanto isso, um levantamento de 2023 feito pela Agência Brasil, mostrou que 90% dos microempreendedores não tinham curso superior. Esses dados se conectam em todas as pontas possíveis.
Os problemas de mortalidade empresarial e de desenvolvimento econômico que assistimos há anos, estão diretamente atrelados à ineficiência do sistema educacional instalado no Brasil, confessando, em alto e bom tom, o desinteresse governamental sobre a máquina geradora de empregos e de crescimento econômico que sustenta o nosso país.
Enquanto o conhecimento básico sobre administração, gestão e economia não for uma primícia na educação de base, continuaremos construindo no solo brasileiro um grande cemitério de Pessoa Jurídica.

Gabriela Guimarães de Souza é Consultora Empresarial da Valuquality Consultoria e Pesquisadora das Relações de Trabalho
SUGESTÕES DE PAUTA: [email protected]

