Acessibilidade não é apenas uma palavra bonita para usarmos no dia a dia, mas um conceito essencial para garantir que todas as pessoas, independentemente de suas condições físicas ou mentais, possam participar plenamente da sociedade. Não à toa em dezembro celebramos o Dia Nacional da Acessibilidade, data fundamental para conscientização sobre o tema.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o país possui cerca de 18,6 milhões de pessoas com deficiência, o que representa aproximadamente 9% da população nacional. Infelizmente, boa parte deste grupo ainda encontra dificuldades no mercado de trabalho, na construção de relacionamentos e em outras questões básicas, que deveriam ser um direito de todos.
Mesmo diante de iniciativas públicas, como a Lei 10.098/00, que estabelece normas para promoção da acessibilidade no país, como cotas para pessoas com deficiências (PCD) nas empresas e obrigatoriedade de elevadores no transporte público, ainda há um longo caminho a percorrer. Para se ter ideia, a Lei Brasileira de Inclusão (LBI) só foi promulgada em 2015.
Neste ano tivemos avanços evidentes, como a abertura do maior centro de reabilitação da América Latina, o Hospital ABBR-Valsa, no Rio de Janeiro, além de uma iniciativa inovadora criada por estudantes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Os alunos desenvolveram dispositivos fabricados em uma impressora 3D que auxiliam a rotina de PCD em situações cotidianas, como se alimentar ou se arrumar.
Como sociedade, falamos muito em igualdade de oportunidades. Entretanto, é impossível garantir igualdade sem que haja um investimento em acessibilidade. A deficiência, seja ela física ou mental, pode surgir a qualquer momento, como num piscar de olhos. A inclusão é um processo continuo que exige empenho coletivo de governos, empresas privadas e nós, como indivíduos.
Jose Arthur Lemos de Assunção é presidente da Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação
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