Criminosos aproveitam o descarte incorreto das encomendas para aplicar diversos golpes financeiros nas vítimas
O descarte incorreto de embalagens de produtos comprados pela internet pode expor dados pessoais e deixá-los suscetíveis à aplicação de golpes ou envolvimento em crimes, alerta a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo. Apesar da comodidade da compra pela internet, é preciso ficar atento quando a encomenda chega até o destinatário para se proteger do “golpe da embalagem”.
As informações pessoais são obtidas por esses criminosos por meio dos QR Codes ou códigos de barras presentes nas etiquetas das caixas. O idea lé que esses códigos sempre sejam removidos durante o descarte. A não remoção permite ao golpista escanear o rótulo da embalagem e ter acesso aos dados do comprador na nota fiscal do produto. Entre as informações estão nome completo, CPF, telefone e endereço.
“Conforme a tecnologia aumenta, também crescem as formas de praticar crimes eletrônicos. Com esses dados, os criminosos conseguem se passar pela vítima e realizar diversos golpes contra terceiros”, alertou o delegado Carlos Francisco de Miranda Santos, do 42º Distrito Policial.
Um exemplo são golpes bancários. Golpistas usam dados pessoais presentes em QR Codes para abrir contas, cartões de créditos e fazer empréstimos em nome de terceiros. Com as informações, os suspeitos também conseguem realizar compras em nome da vítima e abrir linhas telefônicas para a aplicação de golpes.
Outra prática realizada é a de disparo de links falsos via mensagem de texto. “Jamais clique em links para confirmar uma compra e desconfie de mensagens que precisem de uma ação imediata. As empresas já possuem seus dados. Elas não precisam de atualização depois da compra realizada”, explicou o delegado.
No ano passado, foram registrados 2 milhões de casos de estelionato no país, conforme a Pesquisa Nacional do Instituto DataSenado. Desse total, cerca de 25% ocorreram no ambiente virtual.
Caiu em um “golpe da embalagem”. E agora?
A primeira recomendação a ser seguida é que a vítima faça uma consulta no site da Serasa para verificar se há boletos de compras não conhecidas ou aberturas de empresas em seu nome.
Caso perceba alguma irregularidade, é necessário registrar um boletim de ocorrência em uma delegacia física ou por meio da delegacia eletrônica para que a Polícia Civil consiga apurar o crime. “Há uma estimativa de que os crimes não registrados sejam cinco vezes maiores do que os que possuem registro”, disse Carlos Miranda.
Outras dicas importantes são notificar o banco para que ele realize o bloqueio de contas, acompanhar semanalmente as compras no cartão de crédito e alterar as senhas online, em média, a cada seis meses.
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