Entenda quais as causas da intolerância à claridade e como prevenir danos maiores à sua visão
A fotofobia ou intolerância à claridade não é só um desconforto nos olhos intensificado no verão pelo aumento da radiação ultravioleta. De acordo com o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto do Instituto Penido Burnier, o sintoma pode estar associado a alterações na saúde ocular, doenças sistêmicas, alterações hormonais ou neurológicas e ao uso contínuo de alguns medicamentos. Ocorre em todas as faixas etárias com maior frequência em pessoas de olhos claros e albinos que têm maior sensibilidade à luz nas células da córnea e da retina.
Na maioria das pessoas a condição vem acompanhada de visão embaçada, vermelhidão, ardência, dor nos olhos e dor de cabeça, sintomas que indicam necessidade de acompanhamento para prevenir maiores prejuízos à saúde ocular.
Principais alterações nos olhos
Astigmatismo: É a causa número 1 da fotofobia, sobretudo entre crianças. Uma dica é observar se a criança ou adolescente tem hábito de esfregar ou apertar os olhos em ambientes com bastante claridade.
Ceratocone: Enfraquece e afina a córnea, fazendo com que progressivamente tome o formato de um cone. O diagnóstico no início da condição só é possível pela tomografia.
Uveite: Inflamação da úvea, revestimento interno do globo ocular formado pela íris, corpo ciliar e coroide, pode atingir pessoas de todas as idades. Ao sentir um desconforto no olho a recomendação do oftalmologista é consultar um especialista.
Catarata: Todos os tipos de catarata causam a opacificação do cristalino, lente interna do olho. Isso provoca a dispersão da luz no globo ocular e resulta em fotofobia intensa. A boa notícia é que a catarata é eliminada pela cirurgia que substitui o cristalino opaco pelo implante de uma lente intraocular.
Queiroz Neto esclarece que a fotofobia pode ser causada pela síndrome do olho seco, uma alteração na quantidade ou qualidade da lágrima, cicatrizes na córnea causadas pelo uso abusivo de lente de contato, conjuntivite mal cuidada, ceratite (inflamação da córnea), e condições neurológicas como enxaqueca, encefalite ou meningite.
“As oscilações hormonais na mulher, somada ao frequente contato da mucosa ocular com cosméticos e a redução dos hormônios sexuais após a menopausa fazem com que elas tenham três vezes mais olho seco e consequentemente mais fotofobia”, destaca. A mulher também está exposta ao uso de anticoncepcional que piora o ressecamento da lágrima e a fotofobia. Para diminuir o desconforto e proteger os olhos, a recomendação é usar óculos escuros que filtrem 100% da radiação UV.
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