Pesquisadores da EESC-USP desenvolvem aeronave com sensores capazes de detectar e medir as concentrações ambientais de gás carbônico e metano
Os órgãos de prevenção e combate a incêndios florestais de São Carlos, no interior paulista, poderão contar, em breve, com uma ajuda vinda do céu para detectar mais rapidamente focos de queimadas e combatê-los antes que tomem maiores proporções e não possam ser debelados.
Pesquisadores da Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo (EESC-USP) estão desenvolvendo drones dotados de sensores de gases, combinados com sistemas de inteligência artificial, para detectar incêndios florestais.
O projeto foi apresentado quarta-feira (11) durante a sessão de aeronáutica da Fapesp Week França, que aconteceu entre terça-feira (10) e quinta-feira (12) na capital da região da Occitânia, no sul da França.
“Já temos interação com a Defesa Civil, a prefeitura e a Secretaria de Meio Ambiente de São Carlos e submetemos uma proposta para avaliar o uso dos drones que estamos desenvolvendo para identificar focos de incêndio no munícipio”, disse à Agência FAPESP Glauco Augusto de Paula Caurin, professor da EESC-USP e coordenador do projeto.
Os drones possuem pequenos sensores de baixo custo, desenvolvidos pelos pesquisadores, que são capazes de detectar de modo seletivo e medir continuamente as concentrações na atmosfera de gás carbônico e o metano, além de outros parâmetros, como a temperatura e a umidade, a partir do ar que flui dentro da aeronave. “Realizamos diversos ajustes para integrar sensores de gases específicos, que funcionam em conjunto como um nariz eletrônico”, detalhou Caurin.
Os dados de concentração de gases coletados pelos sensores são então analisados por sistemas de inteligência artificial, que permitem identificar suas fontes de emissão. Dessa forma, é possível detectar em um ambiente durante o sobrevoo dos drones a presença de gás carbônico e gases-traço, como o metano, que são liberados durante uma queimada.
“Os drones permitem detectar muito mais rapidamente focos de incêndio florestais em comparação com os satélites, por exemplo. Dessa forma, é possível que as autoridades possam agir de forma mais ágil para controlá-los”, avaliou Caurin.
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