Daqui a 17 anos – em 2041 – a população brasileira deixará de crescer e passará a encolher. A previsão é do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o órgão encarregado de realizar o Censo e desenvolver as políticas populacionais.
Os primeiros números do Censo 2022, divulgados no ano passado, já mostravam que o país registrava o menor crescimento populacional em 150 anos. De 2010 a 2022, a taxa média de crescimento anual foi de 0,52%, a primeira abaixo de 1% e a menor desde o primeiro levantamento populacional, feito no Brasil, em 1872.
A mudança do perfil etário dos brasileiros decorre da opção das famílias por terem menor número de filhos e de os idosos viverem mais, favorecidos pelos avanços nos tratamentos de saúde e na disponibilidade de medicamentos.
Ocorridas as alterações previstas, o Brasil deixará de ser o país jovem, para se converter na nova nação de idosos. Governos, parlamentares, lideranças da sociedade e a população como um todo que se preparem para o novo tempo. Levem em consideração que teremos menos jovens para trabalhar fisicamente, mas a tecnologia nos legou computadores, processos automatizados, Inteligência Artificial e outros sistemas onde a máquina trabalha e proporciona produção e rendimento maior do que o ser humano. Um exemplo disso é a indústria sucroalcooleira que utilizava milhares de cortadores de cana e hoje faz tudo com máquinas até controladas por satélite e de produção muito superior.
A nova produtividade garante os tributos que o governo tem o dever de aplicar no bem-estar da população e na assistência àqueles que deram sua força de trabalho quando a produção dependia do humano. A tecnologia tem de ser bem aproveitada para compensar os investimentos que a desenvolveram e disponibilizaram ao parque produtivo e os governos têm de resgatar seus compromissos. Os aposentados já fizeram sua parte e agora têm que ser respeitados e bem tratados para viver com dignidade o tempo que lhes resta. Não deveriam ter a necessidade nem de trabalhar, se esse não fosse o seu desejo decorrente de boa condição de saúde.
O envelhecimento da população é um fenômeno mundial e começou pelas potências. Todo país onde a economia de mercado se instala, até por razão econômica, tem famílias cada dia menos numerosas e idosos mais longevos como decorrência do avanço da medicina e de fatores econômico-ambientais.
Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves, dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo)
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