Especialistas em diversidade e inclusão comentam o baixo índice de emprego dessas pessoas e como as empresas podem incluí-las
No dia 13 de dezembro foi instituído o Dia Nacional da Pessoa com Deficiência Visual, uma data que visa conscientizar a sociedade sobre os direitos e potenciais desse grupo. Uma das áreas em que ainda há muito a avançar é a do mercado de trabalho, na qual as pessoas com deficiência visual enfrentam não só barreiras de acessibilidade, mas também preconceito.
Segundo relatório do IBGE de 2019, existem cerca de 7 milhões de pessoas com deficiência visual no Brasil. Desse total, apenas 37% estão empregadas. Um dos principais pontos responsáveis por esta baixa taxa é um conceito que se tornou mais conhecido recentemente, o capacitismo. O termo refere-se à discriminação contra pessoas com deficiência em geral, baseada na falsa e preconceituosa ideia de que estas seriam ‘inferiores’ ou incapazes de realizar determinadas atividades.
O combate ao capacitismo pode começar nas empresas, segundo Kaká Rodrigues, co-founder da consultoria Div.A Diversidade Agora! e especialista em diversidade e inclusão. “Para mudar essa realidade, é preciso que as organizações adotem medidas para promover a inclusão e a acessibilidade das pessoas com deficiência visual em seus ambientes de trabalho. Elas devem oferecer treinamentos e capacitação para todas as pessoas colaboradoras, inclusive as com deficiência, visando não só a orientar sobre melhores maneiras de convivência e comunicação, mas também à sensibilização”, explica a especialista.
Kaká reforça ainda que a estrutura física da empresa é outro ponto que necessita de atenção para quebrar barreiras. “A organização que disponibiliza recursos e tecnologias assistivas, como softwares leitores de tela, lupas eletrônicas, impressoras em braile e teclados adaptados, por exemplo, e eliminam obstáculos e dificuldades arquitetônicas, facilitam o acesso, tornando as pessoas colaboradoras com deficiência visual muito mais integradas e acolhidas”, ressalta.
A especialista reforça ainda que, “ao adotar essas medidas, as empresas não só cumprem a legislação vigente, que estabelece cotas para a contratação de pessoas com deficiência, mas também contribuem para a construção de uma sociedade mais justa, diversa e inclusiva, na qual todos possam exercer sua cidadania e sua autonomia”, conclui Renata Torres.
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