Diagnóstico tardio do retinoblastoma pode levar à perda do olho e tratamentos mais agressivos
No dia 18 de setembro foi celebrado o Dia da Conscientização e Incentivo ao Diagnóstico Precoce do Retinoblastoma, uma data fundamental para reforçar o alerta sobre o tumor maligno raro, que afeta principalmente crianças entre 0 e 5 anos. No Brasil, são registrados cerca de 400 novos casos por ano, segundo dados do Ministério da Saúde.
A oftalmologista da Afya Montes Claros, Dra Amanda Barros Picanço, informa que o retinoblastoma é o tumor maligno mais comum na infância e que surge após mutações do gene RB1, responsável por controlar o ciclo celular. “É mais frequente em crianças antes dos 5 anos porque o tumor se origina de células da retina imaturas (retinoblastos), que só existem durante o desenvolvimento precoce do olho. Após essa fase, tais células desaparecem, por isso o risco diminui em crianças mais velhas e adultos”.
A médica também alerta que os principais sinais e sintomas incluem a leucocoria, um reflexo branco na pupila que é conhecido popularmente como “olho de gato”, além do estrabismo, caracterizado pelo desalinhamento dos olhos. “Nessas condições,podem ocorrer perda ou diminuição da visão em um dos olhos, pupila dilatada que não reage à luz, olho avermelhado, doloroso ou com inflamação sem causa aparente. Em casos mais avançados, pode haver ainda aumento do tamanho do olho”, complementa a especialista.
Apesar de ser o tumor maligno mais prevalente em crianças até 5 anos, aproximadamente metade desses casos ainda é diagnosticado tardiamente, o que compromete seriamente as chances de cura. Quando identificado precocemente, o retinoblastoma tem até 90% de chances de cura, segundo o Ministério da Saúde.
O diagnóstico tardio pode ter um impacto muito negativo. A doença pode se espalhar para além do olho, atingindo o nervo óptico, o cérebro ou até os ossos, o que reduz drasticamente as chances de cura. “Em casos mais avançados, infelizmente, é comum que haja perda total do olho afetado, além de a criança precisar passar por tratamentos mais agressivos, com maior risco de sequelas”, alerta a médica.
As opções de tratamento variam de acordo com o estágio do tumor, seu tamanho, localização e se afeta um ou ambos os olhos. Entre as alternativas estão a quimioterapia intraocular ou sistêmica, geralmente usada para reduzir o tumor e permitir a aplicação de terapias locais. Também podem ser indicadas terapias focais, como a fotocoagulação a laser, crioterapia (congelamento do tumor), termoterapia (uso de calor) e braquiterapia, que utiliza pequenas placas radioativas posicionadas próximas ao tumor.
SUGESTÕES DE PAUTA: [email protected]

