No menu items!
17.8 C
São Paulo
terça-feira, 29 abril, 2025

Desafios e Inovações no Tratamento da Doença de Parkinson no Brasil: um Olhar Atual e Futuro

Por Dr Augusto Coelho

A Doença de Parkinson é uma condição neurodegenerativa crônica e multissistêmica, cujo diagnóstico se baseia em sinais motores, como lentidão de movimentos, tremores e rigidez, além de afetar outros sistemas. No Brasil, a doença vem ganhando crescente atenção tanto pelo aumento de sua prevalência, à medida que a população envelhece, quanto por suas implicações sociais e econômicas.

Apesar de não haver cura, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado são essenciais para melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Contudo, o acesso a esses serviços ainda é desigual, e a carga econômica da Doença de Parkinson sobre o sistema de saúde e a sociedade geral é significativa. Segundo o estudo de Bovolenta e colaboradores, o custo anual médio para pacientes no Brasil é de aproximadamente US$ 4.020,48.

Nas últimas décadas o tratamento farmacológico tem experimentado inovações promissoras. A partir do desenvolvimento da levodopa, observou-se uma revolução no tratamento dos sintomas motores, trazendo significativa melhora na qualidade de vida e produtividade dos pacientes. Diversas classes de medicamentos foram desenvolvidas desde então, parte delas já disponível gratuitamente no Brasil. No entanto, com o avanço da doença, mesmo tratamentos sintomáticos adequados muitas vezes não impedem danos significativos à qualidade de vida dos pacientes. Frente a esse cenário, há 30 anos iniciaram-se estudos sobre terapias avançadas para complementar os tratamentos existentes. A partir da década de 90, começaram as cirurgias para estímulo cerebral profundo (ECP): um procedimento que envolve a implantação de eletrodos em áreas específicas do cérebro, conectados a um gerador implantado no tórax. Esse dispositivo envia impulsos elétricos que ajudam a reduzir os sintomas do Parkinson.

A introdução da ECP marcou uma revolução no tratamento de casos avançados da doença. Esta terapia, já disponibilizada pelo sistema único de saúde brasileiro, oferece uma alternativa eficaz para lidar com flutuações motoras e sintomas refratários.

A Doença de Parkinson representa um grande desafio para a saúde pública no Brasil. É crucial desenvolver políticas que priorizem o diagnóstico precoce, garantam o amplo acesso a tratamentos adequados e ofereçam apoio social aos pacientes. Ademais, investir na educação sobre a doença e fortalecer o acompanhamento multidisciplinar são passos essenciais para melhorar a qualidade de vida dos pacientes e reduzir o impacto da doença no país.

Dr Augusto Coelho é membro da comissão científica da Associação Brasil Parkinson.


SUGESTÕES DE PAUTA: [email protected]

- Patrocinado -

Últimas

Prefeitura lança programa Avança Saúde – Ambiental com plantio de mudas e ações educativas nas UBSs da capital

Iniciativas envolvem equipes e usuários das Unidades Básicas de Saúde em práticas relacionadas às mudanças climáticas A Secretaria Municipal da Saúde (SMS), em parceria com...

Prefeito concretiza linha de crédito de US$ 100 milhões com Banco da China para aquisição de mais ônibus elétricos

Ricardo Nunes está missão oficial à China e ao Japão, onde terá uma agenda para a troca de experiências O prefeito Ricardo Nunes concretizou na...

Sucesso do Smart Sampa atrai rede privada de segurança e número de câmeras particulares chega a 5,7 mil

Nos últimos cinco meses, o número de câmeras particulares teve um aumento de 40%; a maioria pertence a condomínios O sucesso do Smart Sampa tem...

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Visão geral de privacidade

Este site usa cookies para que possamos fornecer a melhor experiência de usuário possível. As informações de cookies são armazenadas em seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.