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quarta-feira, 27 novembro, 2024

Conheça Gabriel Abreu, candidato a vereador que defende o esporte e os animais

Com experiência na produção cultural, resgate de animais e Secretaria de Esportes, Gabriel pretende trabalhar em mais projetos nestas áreas na câmara 

Na manhã da quinta-feira (15), o candidato a vereador Gabriel Abreu (PODE), concedeu uma entrevista ao Grupo Sul News. Abreu está em sua primeira candidatura, mas já tem experiência em campanhas eleitorais. Marido da deputada federal e presidente do Podemos, Renata Abreu, está acostumado com as andanças da vida política. 

Gabriel tem 35 anos e é natural de Itabuna, na Bahia. Trocou os dias ensolarados do nordeste pelo clima cinza da capital paulista por causa de Renata, que conheceu em 2006 no carnaval de Salvador. Por dois anos o namoro foi à distância, até que Gabriel decidiu morar em São Paulo para ver se o namoro prosperava. Foi então acolhido na casa da família Abreu e lá se vão 18 anos juntos, três filhos, quatro cachorros e construção de uma carreira na política e no trabalho pelo próximo.  

Leia a entrevista na íntegra abaixo. 

Grupo Sul News: Bom, Gabriel, vou começar então pela sua chegada aqui em São Paulo. Você veio do nordeste, é diretor do Centro de Tradições Nordestinas (CTN) e foi seu sogro que te levou lá. Então eu quero saber como você conheceu a Renata e como ela te convenceu a vir para São Paulo? 

Gabriel Abreu: Eu conheci a Renata em 2006. Sou baiano, de Itabuna, e na época eu estava morando em Salvador, onde eu conheci a Renata no Carnaval, no trio do Chiclete com Banana. Sol em pleno circuito Campo Grande, 45 horas de percurso e estava lá e olhei para o lado e vi uma bela moça chamada Renata Abreu. Começou um romance que durou dois anos à distância. Eu sou sete anos mais novo que ela, naquela época, eu tinha 16. E aí, quando chegou o período vestibular, eu entendi que era um momento de ver se o relacionamento ia para frente. Nós conversamos bastante e decidi prestar direito no Mackenzie. Me mudei para São Paulo em agosto de 2008, comecei a faculdade e já passei a morar com a Renata, na casa da família Abreu, na região de Santo Amaro.

GSN: Então você foi bem acolhido aqui? 

GA: Demais.

GSN: E sentiu saudade de casa? Não foi uma mudança muito drástica?

GA: Não tem como não sentir saudade de casa, porque quando eu vim, meus pais e meus irmãos continuaram lá. Mas eu tive um acolhimento. Tanto que eu digo que tenho dois pais e duas mães, porque meu sogros, foram pai e mãe para mim. Sempre me acolheram com carinho, com afeto, com conselhos. Eu tive realmente uma sorte muito grande, mas sorte ainda porque com o tempo foi criando afinidade entre os meus pais e meus sogros e virou uma grande família. Tanto que hoje, meus pais moram aqui em SP. 

GSN: E a sua faculdade e especialização, como foram? Por que você escolheu direito e depois especialização em Governabilidade, Gerência Política e Gestão Política? Você trabalhou na área de direito?

GA: Eu era muito novo, só queria saber se o relacionamento ia dar certo, e eu falei, “Ah, eu vou prestar vestibular para São Paulo e ficar junto contigo e ver se vai dar certo.” Então a Renata falou: “não é assim não. Se quiser vir para São Paulo, você pode vir, mas você só vem se for para cursar uma boa faculdade”. Na hora eu pensei: “bom, já que ela me desafiou, eu vou pegar ela na curva”. Perguntei qual era o curso dela, e na época, ela estava fazendo a segunda faculdade (direito no Mackenzie), então, fui fazer direito Mackenzie. me apaixonei e me encontrei ali. Fui estagiar, fui trabalhar no escritório e no tribunal. Mas, percebi que minha atenção estava mais voltada para o mundo empresarial do que para a advocacia, devido ao grupo de empresas da família Abreu, especialmente o CTN. Então fui canalizando minha força profissional para lá. Naquela época, a Renata começou a ter uma ascensão na política e vi que era uma oportunidade de me especializar em direito público. 

GSN: Sobre o Centro de Tradições Nordestinas, seu sogro te levou lá e hoje você é diretor cultural. Como funciona o seu trabalho no Centro de Tradições e o que você já fez de legal por lá?

GA: Minha experiência no CTN é muito bacana porque eu procurei fazer que nem o sistema McDonald ‘s, você começa limpando o chão para depois ter condições de dirigir a casa. Quando comecei no CTN, eu fiz questão de ser assessor da diretora artística para realmente entender o funcionamento. Então, fui lá dialogar com todos, do pessoal da faxina ao pessoal que recebia as bandas, fazia gestão dos grandes eventos e tudo mais. Passei por todos os departamentos e hoje sou diretor cultural. A gente tem um calendário muito rico no CTN, e o nosso grande objetivo é vender uma experiência para a pessoa se sentir no nordeste. 

GSN: Tem alguma história que você viveu por lá que te marcou muito?

GA: Neste ano, o CTN completou 33 anos e a gente optou por fazer uma ação promocional diferenciada. Procuramos um daqueles casos de nordestino que veio para São Paulo em busca de um sonho e deixou a família no nordeste. E a gente encontrou a Cássia, que há oito 8 não via a mãe. O detalhe é que o último encontro foi quando ela foi para o nordeste para se despedir do pai, que tinha falecido. Sem ela saber, a gente fez o encontro dela com a mãe no CTN. Ela estava passeando no CTN e eu parei ela e contei uma história, abordei ela como se tivesse fazendo uma captação de material pro próprio CTN. Aí comecei a conversar com ela, fiz ela falar da mãe, da saudade, e consegui até arrancar umas lágrimas, e aí quando eu falei que tinha um presente, eu voltei com a mãe dela. Eu não aguentei, chorei também. Mas é muito bacana porque não é só um reencontro. É a materialização do que a gente tem espalhado na cidade de São Paulo, que são mais de 300 mil nordestinos que vieram para cá para ajudar a construir essa grande cidade, que é a grande locomotiva do Brasil. 

GSN: Legal, conhecer essa história. Bom, você atua em várias frentes, entre elas o resgate de animais e também foi assessor na Secretaria Municipal de Esportes, as duas funções ao lado do Felipe Becari (Secretário Municipal de Esportes). Como começou essa parceria e como funcionam os dois trabalhos?

GA: Conheço o Felipe Becari há alguns anos e ele sempre defendeu os animais, combateu maus-tratos, até porque enquanto policial civil, ele teve uma atuação muito forte nisso. Eu sempre tive esse carinho pelos animais, sempre tive dentro de casa, como um ente da família mesmo. Junto com o Felipe, a gente foi percebendo que nem sempre existe na cabeça das pessoas esse mesmo nível de consciência. Muitos entendem como objeto que faz o que, se distanciando, inclusive, do que é lei. Porque quando a gente fala de maus-tratos, não é só maltratar fisicamente, mas deixar em local insalubre. Em determinado momento, o Felipe saiu candidato a vereador. Ele se elegeu e depois foi deputado federal, então começamos a transformar a amizade em parceria política, para lutar por mais leis que apoiem a causa animal. A gente conversou e fechamos uma parceria. Aí começamos na Secretaria de Esportes e fizemos muitas coisas por lá. Foram mais de R$ 800 milhões investidos ao longo desses três anos e meio. Muitos equipamentos revitalizados, modalidades incentivadas, entendemos que o esporte é uma ferramenta de transformação social, especialmente de resgate. O esporte tem um poder muito forte de gerar novas perspectivas de vida. Então a gente percebe que se atrelar isso a política pública a gente consegue trazer um bem muito maior do que apenas a qualidade de vida. O esporte é fundamental no dia a dia das pessoas, para que desde jovem a gente lute por algo. Que a gente tenha sempre uma motivação e isso o esporte nos ensina, como por exemplo, quando a gente tá lá novo, 10, 12, 14 anos, participa de uma competição e quer muito aquela vitória e perde. E aí a gente consegue dali virar, falar, “ó, você perdeu essa, mas você perdeu para alguém que treinou mais que você”. Quando não tem motivação, quando se tem uma dificuldade e nela esbarra e para, então perde para você mesmo. 

A gente tem conduzido os trabalhos junto à Secretaria, através de rede de parceiros, tanto que a gente tem discutido um novo projeto que vou falar em primeira mão e é inspirado no projeto Vaga Zero nas creches, que o prefeito Ricardo Nunes, junto com o Bruno Covas, conseguiram tornar realidade. A gente quer trazer um projeto chamado Vaga Zero para o esporte. Queremos ter todas as crianças no esporte e isso solucionando vários problemas, seja para poder suprir uma necessidade das famílias que não tenham onde deixar seus filhos, para poder gerar novas perspectivas de vidas, atender crianças com deficiência, física ou cognitiva, e ajudar diretamente no desenvolvimento. Até para combater algo que essas famílias sofrem já ao nascer ou quando recebem o laudo de algum tipo de deficiência, que é o isolamento social. A gente acredita demais que temos que ter mais investimentos no esporte como solução para vários problemas.

GSN: Não sei até que ponto você pode me falar desse projeto, nem em que pé está, mas seria alguma coisa atrelada às escolas ou algo à parte?

GA: Por alto tem envolvimento em três partes: lazer, saúde e educação. Onde a gente tá proporcionando e estimulando que todas as crianças e jovens estejam no esporte. Existem vários equipamentos da administração direta, como os CEUs e os  Centros Esportivos. A partir disso, a gente consegue tranquilamente entender, no mapa separado por 96 distritos da cidade, extraindo da própria educação, qual é a demanda. Então, quantas crianças temos de tal idade por distrito? Em cima disso, conseguir ter noção da necessidade e o que precisa ofertar. Possivelmente não vai ser o suficiente, mas aí entra outra coisa que a gente acredita muito, que é o fortalecimento do terceiro setor. Então a gente pode criar uma rede credenciada, que pode ser através das associações, das entidades e das academias, que nem são as creches conveniadas, sempre em cima da necessidade, com várias modalidades. A gente tem desenhado para ser com as crianças com deficiência e acreditamos que estamos falando de algo em torno de 200 mil crianças. Mas ainda está em fase de estudo. Estamos reunindo todos os dados, dialogando com a sociedade civil, com as famílias, com a Secretaria de Educação. Então, antes de sair falando de uma ideia maravilhosa, a gente está formatando o projeto para a partir daí poder defender.

GSN: No seu Instagram, tem um link para um cadastro de doação de sangue. O site tem sua foto e da sua mulher junto do bispo Luciano. Como funciona isso? É um projeto, uma campanha?

GA: O bispo Luciano é líder da igreja Unida Deus Proverá e é um grande amigo e nos unimos no mesmo propósito, porque a gente acredita muito no fortalecimento do trabalho social para poder enxergar aqueles, que muitas das vezes, são invisíveis perante o poder público. É muito comum a gente se deparar com projetos sociais que acolhem crianças, jovens, famílias, pessoas que precisam de algum tipo de direcionamento e estão lá, escondidos dentro das comunidades. Então a gente começou a se unir em torno desse propósito e desenvolver várias ações. Ele até me batizou como o apelido de anjo Gabriel, porque eu fui o portador de várias ações onde a gente levou benefícios para quem mais precisava. Uma delas foi a doação de sangue, que é algo muito relevante. A gente procurou a melhor maneira possível de impactar a vida das pessoas trazendo, não só aquele benefício direto, mas especialmente a conscientização. Tanto quando a gente fez essa ação, optamos por necessidades permanentes, mostrando o quanto é fácil fazer o bem para outro, entendendo que pode ser que em determinado momento você venha precisar. Uma campanha pontual, dentro de um cronograma com vários tipos de ações. Fizemos ações desde a entrega de cesta básica até doação de sangue. Uma senhora que precisava de uma cama hospitalar para poder conviver com a sua família. Procuramos dar publicidade e, especialmente, gerar conscientização das pessoas para entender que todo mundo tem condições de ajudar o próximo, que é fundamental, não apenas amar a Deus, mas amar o próximo.

GNS: Agora falando propriamente da sua candidatura a vereador de São Paulo. Como se deu essa decisão? Foi a influência da Renata ou trabalho na Secretaria que motivou? O que te levou a se candidatar?

GA: Quando olho para trás,fica fácil de responder, porque foi naturalmente. O ponto de partida foi o CTN, ali realmente traz essa essa essência de cuidar das pessoas, de acolher, direcionar, de transformar. Tanto que eu digo que lá, a gente tem um trabalho social responsável, porque não é apenas a entrega de um leite, não é apenas promover uma ação que gera alegria, integração social como o Dia das Crianças e o Natal, mas ajudando quem está em um buraco e não consegue sair sozinho. E que dali em diante, possa seguir em frente, resgatando a sua dignidade a partir do seu trabalho, seu suor e esforço. Esse é o nosso grande objetivo. Isso vai somando com a experiência que tive com Felipe, na Secretaria de Esportes, a parceria com as igrejas, sabendo que se a política é exercida com responsabilidade e nas mãos de pessoas de bem, a gente consegue transformar muitas vidas. Tanto que a gente diz o seguinte: “se não for para transformar vidas, não faz sentido estar aqui”. Conseguir 30, 40, 50,1000 mil votos, talvez seja o mais fácil. O difícil é você corresponder às expectativas das pessoas, realmente fazer a diferença na vida delas. Entendendo que se hoje falar de política é um assunto espinhoso, não é por conta das pessoas, e sim por conta de quem esteve à frente dos mandatos e geraram frustrações. Não conseguiram corresponder, uns de má fé e outros porque tinha talvez até boa vontade, mas não sabiam onde estavam. Então, muitas vezes, comete esse equívoco de colocar uma pessoa para poder exercer uma função muito importante, só que essa pessoa não está qualificada para tanto. Eu sei o que é o esse mundo político, eu sei o que é a realidade na ponta das necessidades dessas pessoas. E eu sei mais ainda do tamanho da responsabilidade de gerar transformações. Talvez se eu canalizar todo esse tempo para essa dedicação, esse esforço no próprio CTN, nos nossos próprios projetos individuais, eu estaria gerando um rendimento maior, pensando inclusive nos meus 3 filhos. Mas a gente também tem que saber fazer a leitura e aí vem os princípios e valores cristãos, a gente saber não apenas amar a Deus, mas amar o próximo. Deus foi muito bom, quando eu olho para toda a minha caminhada vejo o momento de retribuir. Meu desejo é realmente fazer a diferença na vida das pessoas com muita responsabilidade.

GSN: Se eleito, quais são as pautas que você quer trabalhar, os projetos que quer dar atenção? O que pretende fazer?

GA: Se eu fosse resumir em uma palavra este projeto, eu resumiria a família. Acho que quando a gente cria um objetivo, de fortalecer e reestruturar a entidade familiar, com certeza, tudo que vai ser construído vai ser construído de uma maneira muito positiva, colhendo bons frutos. Uma família estruturada tende a não perder nossos filhos, nossos netos, para um caminho negativo, para o crime, as droga. E aqui não estou fazendo nenhum trabalho de evangelização. Mas com certeza, quando a gente caminha ao lado de Deus, o destino que a gente vai chegar é maravilhoso, sem sombra de dúvidas. Então acho que o grande objetivo é o fortalecimento da família, trazendo dois ingredientes fundamentais, para a gente fechar uma torneirinha que nos faz perder nossas crianças e nossos jovens: esporte e cultura. Se eu fosse reduzir este projeto em poucas palavras, em primeiro lugar, família. A partir dela, entendendo que a nossa essência é o terceiro setor, é o social, olhar para quem mais precisa, pensando em um trabalho de desenvolvimento e não a fim de manter ninguém na miséria. A partir daí a gente consegue abordar qualquer outro tema, habitação, segurança, educação, saúde, porque vai ser um reflexo natural. Quando a gente fala em família, naturalmente, a gente envolve os animais. E sabendo de toda luta do povo nordestino nesta cidade, principalmente de cultura, um olhar especial para o nordestino, não para confrontar o espaço junto ao paulista. Pelo contrário, é para caminhar lado a lado. Mas para poder construir esse espaço nordestino não precisa destruir o espaço de ninguém. É só o fomento, valorização e o fortalecimento desse povo que veio para cá e ainda muitos vivem, a esperança de vencer, de construir sua história e sua família.

GSN: Que construíram São Paulo.

GA: Exatamente. Não tem nenhum prédio  nessa grande cidade que não tenha passado pela mão de um nordestino. Somos a grande força da cidade. Quando eu digo a grande força, não apenas física, tá? Muita gente comete esse equívoco. A força do nordestino que constroi a cidade de São Paulo. Aí pensa só no pedreiro, no faxineiro, que tem um papel muito importante. Não é demérito nenhum, porque é todo mundo, tem um começo de uma história, mas tem muitas cabeças pensando, estão à frente de grandes negócios que são nordestinos. Então é a força que move a cidade de São Paulo em todas as áreas, em todas as frentes de trabalho.


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