Estudo revela que muitos trabalhadores brasileiros comprometem parte do salário e das férias com apostas esportivas, afetando finanças e saúde mental
Uma parcela significativa dos trabalhadores brasileiros vê as apostas esportivas (“bets”) como um investimento, destinando parte de suas férias e salários a esses jogos, conforme aponta um estudo inédito publicado em uma revista de economia e finanças. Outro levantamento realizado em 2024 pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), em parceria com a AGP Pesquisas, revela que 63% dos apostadores comprometem uma parte significativa de sua renda com as bets, enquanto 19% deixam de comprar itens essenciais e 11% cortam gastos com saúde e medicamentos. Esse comportamento afeta não apenas as finanças, mas também eleva os riscos de sofrimento mental e prejuízos no âmbito pessoal e profissional.
O crescimento desse fenômeno está diretamente ligado às inseguranças econômicas e sociais, fazendo com que muitos busquem uma “saída rápida” para suas dificuldades financeiras. “Vivemos tempos de insegurançal. Nesse cenário, a ansiedade e o medo dominam, e as pessoas buscam alívios rápidos para o sofrimento. No caso das apostas, o jogo se torna uma distração, uma tentativa de mudar de vida, mas também uma fuga temporária. Essas alternativas oferecem alívio momentâneo, mas não soluções reais”, explica a Dra. Camila Magalhães, cofundadora da Caliandra Saúde Mental.
Esse comportamento também impacta o ambiente de trabalho. Para Bruno Carone, CEO de Férias & Co., o estudo revela que muitos trabalhadores estão optando por vender suas férias para financiar as apostas online. Além das perdas financeiras, abrir mão dos dias de descanso pode prejudicar a saúde mental dos colaboradores. “Uma solução que algumas empresas estão adotando é oferecer o benefício de viagem, garantindo que o colaborador tenha um valor destinado para isso. Na maioria das vezes, ele prefere tirar os dias de descanso em vez de vendê-los”, comenta.
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