Brasil ocupa a sexta posição no mundo em diabetes que aumenta o risco de graves doenças nos olhos
O Brasil tem 16,6 milhões de diabéticos e ocupa a sexta posição mundial de portadores da doença segundo dados da IDF (International Diabetes Federation). O mais grave é que a condição é a quinta maior causa de morte no País e cresce geometricamente há 25 anos. De acordo com o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, diretor executivo do Instituto Penido Burnier e membro do CBO (Conselho Brasileiro de Oftalmologia) estar acima do peso e o sedentarismo são os principais fatores de risco que impulsionam o diabetes, condição que está associada ao desenvolvimento graves doenças os olhos.
O oftalmologista afirma que não é comum sentir alteração na visão no início do diabetes. Os sintomas mais comuns do diabetes são: sede excessiva, micção frequente, perda de peso e fadiga, mas não acontece com todos. Por isso, quem tem casos na família deve passar por check-up clínico periodicamente. Um simples hemograma pode evitar graves complicações na visão, alterações cardiovasculares, lesões nos nervos, perda de sensibilidade periférica.
Queiroz Neto salienta que não basta um bom controle glicêmico para o diabético continuar enxergando. Depende também de quanto tempo convive com a doença. Depois de cinco anos pode surgir edema na mácula, porção central da retina, formação de neovasos no fundo do olho ou depósitos de sorbitol, uma substância que favorece o extravasamento de líquido dos vasos e leva à perda da visão. O tratamento deve ser contínuo, incluindo aplicação de laser, injeções antiangiogênicas e cirurgia em casos de hemorragia ou descolamento da retina.
Entre as doenças oculares causadas pela diabetes estão a catarata, miopia e glaucoma. No caso da catarata, o único tratamento é a cirurgia em que o cristalino opaco é substituído por uma lente intraocular. “No caso de diabéticos quanto antes o procedimento é feito, melhor”, afirma. Isso porque, a catarata diminui a quantidade de luz azul que chega à retina e a produção de melatonina, hormônio que regula nosso estado de alerta e sono. Resultado – Diabéticos que convivem muito tempo com a catarata ficam estressados pelas noites mal dormidas, ganham peso e maior resistência à insulina.
Já no caso do glaucoma, o especialista ressalta que a doença tem evolução rápida e o campo visual perdido é irrecuperável. Por isso, é importante que toda pessoa diabética faça exames oftalmológicos anualmente. As alterações oculares que podem cegar geralmente aparecem após 10 anos, mas o tratamento contínuo pode manter a visão até o fim da vida, finaliza.
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