No menu items!
22.5 C
São Paulo
terça-feira, 16 setembro, 2025

ARTIGO | Por que a dengue continua sendo um problema no Brasil em 2022?

Em setembro de 2022, o Ministério da Saúde publicou um boletim epidemiológico registrando aumento de quase 190% em casos de dengue em comparação com o mesmo período em 2021.

Isso ocorreu devido às altas temperaturas que tivemos no Brasil, pois o mosquito transmissor, o Aedes aegypti, gosta de temperaturas elevadas. Se desenvolve melhor a 28, 30 graus celsius. E, como acontece em muitas regiões neste país tropical, depois da seca e do calor vem a chuva – também intensas neste ano, favorecendo ainda mais a proliferação desse transmissor.

Após a picada da fêmea do mosquito, há um período de incubação de 3 a 14 dias. Depois disso, a pessoa começa a ter o que chamamos de viremia: vem uma febre muito alta e que vai se estender até o quinto dia, associada com dor de cabeça caracterizada por uma dor forte atrás dos olhos, mal-estar, fraqueza, dores musculares e nas articulações, perda de apetite, enjoo, vômitos. Diarreia pode acontecer também. Nesta fase ainda podem aparecer lesões exantemáticas, que são manchas pelo corpo, concentradas na face, tronco e membros. Após esses cinco dias, o paciente pode melhorar ou a doença pode evoluir para uma fase crítica, que ocorre quando a febre diminui, mas começam hemorragias que podem levar ao choque e à disfunção de órgãos.

Quem já teve dengue uma vez pode ser contaminado novamente, pois o arbovírus (o nome científico para vírus transmitidos por mosquitos) da dengue apresenta quatro sorotipos, em geral, denominados DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4. Quando contaminada por um desses sorotipos, a pessoa desenvolve imunidade apenas contra ele, continuando exposta aos outros.

Existe uma vacina, mas ela está disponível apenas na rede privada e não é indicada para vacinação em massa em razão de critérios importantes: só pode se vacinar quem já teve dengue, essas pessoas precisam ter entre 9 e 45 anos de idade e a vacina não é indicada a gestantes ou lactantes. Então, embora haja uma vacina, seu alcance ainda não é expressivo da forma que precisamos no Brasil. Por isso, a sociedade e o poder público precisam atuar nesse combate difícil de ser vencido. Saneamento básico e políticas públicas tanto em saúde quanto em educação e conscientização são fundamentais. Enquanto tivermos uma população tão grande na miséria, teremos recordes de dengue.

Dra. Sandra Gomes de Barros é médica infectologista e professora do curso de Medicina da Universidade Santo Amaro


SUGESTÕES DE PAUTA: [email protected]

- Patrocinado -

Últimas

GCM apreende mais uma moto usando placa comprada pela internet e já flagrada mais de 9 mil vezes

É a segunda ocorrência da semana envolvendo a placa...

ECA Digital: o que muda para redes sociais, jogos e aplicativos no Brasil

Por Dra. Alessandra Calabresi e Dr. Marco Antônio Araújo...

GCM apreende mais uma moto usando placa comprada pela internet e já flagrada mais de 9 mil vezes

É a segunda ocorrência da semana envolvendo a placa BRA49CC; desta vez, veículo era conduzido por uma mulher Uma mulher sem habilitação foi presa pela...

ECA Digital: o que muda para redes sociais, jogos e aplicativos no Brasil

Por Dra. Alessandra Calabresi e Dr. Marco Antônio Araújo Júnior Aprovado recentemente no Senado Federal, em Brasília-DF, o Projeto de Lei (PL) 2.628/2022, o ECA Digital, inaugura uma lógica de  proteção “desde a concepção” para serviços digitais acessíveis a crianças e adolescentes no Brasil.   Em termos práticos, plataformas, jogos e aplicativos passam a ter o dever jurídico de incorporar salvaguardas por padrão, como configurações de privacidade mais restritivas, mecanismos de avaliação e mitigação de riscos à saúde e à segurança, classificação de conteúdo por faixa etária, além de redução de funcionalidades que incentivem uso compulsivo. E, não menos importante: também terão de criar processos mais claros de prevenção à exposição a conteúdos ilícitos ou manifestamente inadequados.   Em suma, trata-se de harmonizar o princípio do melhor interesse do público infantil com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)  e com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), de modo a tornar a custódia parte do próprio funcionamento do serviço — e não apenas um mero aviso em termos de uso.  O PL também reforça a ideia de que, a supervisão parental, ou seja, por parte da família, precisa estar disponível dentro das próprias plataformas, em formato acessível e efetivo, permitindo aos responsáveis limitar o tempo de uso, ajustar recomendações, desativar recursos sensíveis (como geolocalização) e receber sinais claros sobre quando e como o controle está ativo.   No mesmo eixo, a verificação de idade passa a ser obrigação técnica e procedimental e com o uso de dados estritamente voltado à checagem. E mais: a proposta ainda articula responsabilidades com lojas de aplicativos e sistemas operacionais, para viabilizar a exigência de autorização expressa dos pais ou responsáveis em downloads, quando necessário.  A aplicabilidade da nova legislação é factível. Porém, exige coordenação regulatória e técnica. A efetividade dependerá de  regulamentação infralegal, que detalhe padrões mínimos de controles parentais, critérios de verificação etária, rotulagem de conteúdo e canais de recurso.   Também será necessária a cooperação entre plataformas, lojas de aplicativos e sistemas operacionais, para que o consentimento familiar e a classificação etária funcionem de ponta a ponta, com direito à governança de dados alinhada à LGPD.   A proposta em tela também prevê medidas graduais — de advertências a sanções mais severas — e mecanismos de transparência, como relatórios periódicos de riscos e de moderação.  Em síntese, o ECA Digital, que, agora, aguarda por sanção presidencial, eleva o patamar de proteção de crianças e de adolescentes no ambiente on-line, ao transformar boas práticas em deveres legais - sem perder de vista a liberdade de expressão e a inovação.   O desafio, daqui em diante, será fazer com que a regulação seja célere, clara e tecnicamente exequível, para que a proteção, por meio dos mecanismos de design, deixe de ser exceção e se torne regra no ecossistema digital brasileiro.  Dra. Alessandra Caligiuri Calabresi Pinto é advogada...

Cerca de 10 toneladas de latinhas consumidas durante grande festival de música em São Paulo serão recicladas

Iniciativa gera impactos positivos nos âmbitos ambiental e social, reforçando a importância da economia circular da embalagem A Novelis, empresa especializada na laminação e reciclagem...

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Visão geral de privacidade

Este site usa cookies para que possamos fornecer a melhor experiência de usuário possível. As informações de cookies são armazenadas em seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.