O conceito de Indústria 4.0, ou Quarta Revolução Industrial, há tempos assumiu um papel central nas discussões industriais, inclusive no contexto brasileiro. Desde a sua introdução, o setor pode se beneficiar da ascensão de novas automações e a integração de tecnologias inovadoras capazes de promover avanços significativos que não apenas elevam a eficiência, mas também impulsionam a produtividade das operações industriais, marcando um avanço significativo na maneira como as empresas conduzem suas atividades.
Dentro deste contexto, a Internet das Coisas (IoT) emerge como uma alternativa estratégica, impulsionando a progressão do setor no que diz respeito à Indústria 4.0. Para se ter uma ideia, de acordo com o relatório da Research and Markets, o mercado de IoT industrial atingirá U$ 276 bilhões até 2029, refletindo o seu potencial para os próximos anos.
No Brasil, este impulsionamento será movido, principalmente, pelo investimento governamental no plano “Nova Indústria Brasil”, aliado à crescente demanda das indústrias por iniciativas que visem a redução de custos, o aumento de produtividade e a otimização de processos.
Apesar do cenário promissor com relação a IoT, desafios como custos de implementação, falta de infraestrutura com relação a conectividade no Brasil, e ainda, escassez de mão de obra qualificada são fatores que podem desacelerar essa tendência.
Outro gargalo está relacionado à integração dos dispositivos de IoT com os sistemas legados das empresas. Caso este processo não seja realizado de maneira efetiva, os dados coletados pela tecnologia podem se tornar subutilizados, comprometendo a assertividade e a utilidade das informações obtidas.
Além disso, é importante ter em mente que a maturidade das indústrias brasileiras por este tipo de tecnologia varia consideravelmente. Há setores no Brasil, por exemplo, que já são considerados maduros quanto a implementação da IoT. É o caso do agronegócio, em que a IoT está sendo utilizada para monitorar o clima, a saúde das plantações e o desempenho do maquinário. Outro bom exemplo é o setor de Utilities, que tem se apoiado em recursos tecnológicos para otimizar as redes de energia e reduzir perdas.
Gabriel Pavão é Co-founder e Head of Partnerships da Fracttal Brasil
SUGESTÕES DE PAUTA: [email protected]