Espaço, que está aberto à visitação de pesquisadores, reúne amostras coletadas há até 200 anos
O Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA), vinculado à Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo, faz uma readequação de três das 18 coleções científicas biológicas, geológicas e paleontológicas, reconhecidas internacionalmente pela diversidade e representatividade. Localizadas na unidade do Jardim Botânico, essas coleções, que incluem amostras de briófitas, algas e fungos, receberão melhores acomodações para garantir a conservação.
As espécimes serão transferidas para um espaço maior, climatizado e protegido da luz. Cerca de 240 mil amostras representativas da biodiversidade brasileira e de mais de 100 países serão realocadas. Este acervo possui informações sobre todas as espécies do Brasil e é um importante testemunho histórico, com amostras coletadas há até 200 anos, e tem um valor monetário estimado em R$ 20 milhões.
Algumas das espécies botânicas da coleção são da época do império, por exemplo. Cada uma delas traz detalhes sobre a espécie e uma fotografia das características da época, trazendo poeira, pequenos insetos, informações sobre a temperatura e regime de chuva. Outra curiosidade são alguns exemplares da tradicional Avenida Paulista, antes de a via ser construída. Um exemplo é o “pogonatun pensilvanicum”, um gênero de musgo que vivia no local antes da construção, em 1891.
As coleções servem como um banco de dados biológico valioso, oferecendo informações cruciais para avaliar os efeitos da atividade humana sobre o meio ambiente. Os organismos preservados nelas funcionam como indicadores da qualidade do ar e do solo nas épocas em que foram coletados, revelando mudanças ambientais ao longo do tempo. Além disso, as coleções são fundamentais para pesquisas em áreas como a mudança climática, a preservação da biodiversidade e o desenvolvimento de práticas sustentáveis.
Denílson Peralta, pesquisador e Diretor do Núcleo de Coleções Biológicas, Geológicas e Paleontológicas do IPA, destaca a importância da mudança: “As coleções estavam dispersas e localizadas em salas de pesquisa. Agora, elas estarão em novas instalações no piso térreo, adequadas para suportar o peso dos armários e amostras, garantindo um ambiente seguro e eficiente para pesquisa e conservação”.
O projeto de readequação do espaço teve um investimento total de R$ 900 mil, custeados pela concessionária do Jardim Botânico, Reserva Paulista, conforme previsto em contrato. Além disso, a transposição dos acervos contou com um financiamento de R$ 70 mil da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
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