Levantamento realizado pelo Instituto Datafolha mostra que 7% da população brasileira concorda totalmente ou em parte com a afirmação de que é vegana
Cerca de 7% da população brasileira concorda totalmente ou em parte com a afirmação de que é vegana, segundo levantamento realizado pelo Instituto Datafolha a pedido da Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB). Além desse dado, a pesquisa também mostrou que 74% da população concorda, em algum grau, com a possibilidade de parar de consumir carne, o que ressalta a expansão de movimentos ambientalistas, como o veganismo e o vegetarianismo, além da consciência sobre a causa animal e ambiental na alimentação.
O veganismo é, de maneira geral, uma filosofia que se opõe a toda e qualquer exploração animal e ambiental consequente do consumo de carne, definido como filosofia ainda em 1944 pela The Vegan Society. Leslie J. Cross, vice-presidente da organização na época, sugeriu o sentido original como “princípio da emancipação dos animais diante da exploração do homem”. Desde então, o movimento se expandiu e tornou-se cada vez mais notório e versátil em seu objetivo, originando novas linhas com alinhamentos particulares.
No Brasil, a carne vermelha é um dos alimentos mais consumidos, seguido das carnes de frango, peixe e suína. O consumo é grande e a exportação ainda maior. Considerado o maior exportador de carne do mundo, apenas em fevereiro de 2025, o Brasil bateu o recorde de exportação de carne bovina do mês, com mais de 219 mil toneladas exportadas mundialmente, o equivalente a cerca de US$ 1 bilhão em faturamento.
A produção industrial e em alta escala de carne bovina, dentre seus vários impactos, afeta não somente a saúde dos consumidores, como o meio ambiente voltado a suas pastagens também. Assim, dentre suas várias consequências, Aline Martins, professora do Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da USP, considera que a redução do consumo da carne é essencial e urgente. “Pensando ambientalmente, sabemos que no Brasil mais de 70% dos gases de efeito estufa emitidos são devido aos sistemas alimentares, principalmente pelo desmatamento que, no caso do Brasil, muitas vezes é para produzir pecuária, soja e outras monoculturas”, detalha a professora.
Por Yasmin Teixeira para o Jornal da USP
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