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domingo, 30 março, 2025

Desafios e avanços na saúde da mulher: o papel da tecnologia para a personalização do cuidado

Por Anna Alencar

O Índice Global de Saúde da Mulher de 2021, que avalia aspectos como prevenção, bem-estar emocional, segurança e condições individuais, classificou o Brasil em 104º lugar entre 142 países. Embora o debate sobre a saúde feminina tenha avançado, os desafios na oferta de cuidados adequados ainda são grandes no Brasil.

Nesse cenário, a tecnologia tem se consolidado como uma ferramenta essencial para acelerar mudanças. Ferramentas digitais estão sendo incorporadas à rotina médica para melhorar diagnósticos, otimizar atendimentos e reduzir desigualdades históricas no cuidado com as mulheres. No entanto, é preciso aplicar essas tecnologias de forma estratégica, visando resolver lacunas no atendimento e na prevenção.

As doenças cardiovasculares continuam sendo a principal causa de morte no Brasil, especialmente entre as mulheres. A pesquisa “Estatística Cardiovascular – Brasil 2021”, da Sociedade Brasileira de Cardiologia, revela que as queixas de dor no peito, que podem indicar problemas cardíacos, são mais prevalentes entre as mulheres. Contudo, o risco cardiovascular feminino ainda é frequentemente subestimado, o que pode retardar diagnósticos e comprometer tratamentos.

Para qualificar a assistência, profissionais de saúde têm adotado estratégias para aumentar a conscientização sobre a saúde cardíaca feminina. As ferramentas de suporte à decisão clínica têm sido essenciais, permitindo acesso rápido a informações baseadas em evidências e diretrizes atualizadas, neutralizando vieses históricos no atendimento.

Soluções digitais também são fundamentais na triagem de determinantes sociais da saúde, permitindo intervenções mais eficazes. Isso personaliza condutas médicas, otimiza o atendimento e eleva a segurança das pacientes, promovendo um atendimento mais equitativo.

Uma pesquisa da ANAHP, em parceria com a Wolters Kluwer, revelou um crescimento de 14% na adoção de soluções de suporte à decisão clínica em hospitais privados em 2023, reforçando a tendência de um cuidado orientado por dados.

O impacto da tecnologia vai além do suporte direto aos médicos, melhorando a experiência do paciente e promovendo desfechos clínicos mais positivos. Contudo, as decisões finais continuam sendo responsabilidade dos profissionais de saúde, que, com o suporte adequado, podem superar desafios históricos e garantir que as mulheres recebam o cuidado necessário.

Anna Alencar é Customer Success Manager da Wolters Kluwer Health no Brasil.


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