No menu items!
29.6 C
São Paulo
sexta-feira, 21 fevereiro, 2025

Estudo de SP investiga a presença de microplásticos em camarões no litoral

Projeto apoiado pela Fapesp analisa tanto os riscos ecológicos dessa poluição quanto os possíveis impactos para a saúde humana

Estudo de campo conduzido no campus de Bauru da Universidade Estadual Paulista (Unesp) investiga o acúmulo de microplásticos em grandes crustáceos, especificamente nos camarões-de-sete-barbas (Xiphopenaeus kroyeri). O objetivo é avaliar tanto os riscos ecológicos dessa poluição quanto os possíveis impactos para a saúde humana, considerando a ingestão desses animais pela população.

Apoiada pela Fapesp no âmbito do Programa Biota, a pesquisa está sendo realizada em duas regiões com características ambientais bastante contrastantes: a Baixada Santista, que abrange áreas industriais, portuárias e pesqueiras com grande impacto ambiental; e Cananéia, uma região de menor intervenção humana e mais preservada, no litoral sul de São Paulo.

Os dados preliminares são preocupantes: a presença de microplásticos foi observada no trato gastrointestinal de algo entre 80% e 90% dos camarões avaliados até o momento.

Embora a quantidade de partículas varie entre os locais, o fato de que a contaminação está presente em uma porcentagem tão alta dos animais levanta questões sobre as consequências a longo prazo para os consumidores e para o meio ambiente.

“Os camarões, por serem detritívoros [alimentam-se de detritos no fundo do mar], estão expostos a grandes quantidades de microplásticos presentes nos sedimentos marinhos. Esse hábito facilita a análise de bioacumulação de microplásticos em seu organismo, tornando-os modelos ideais para o estudo”, explica Daphine Herrera, pós-doutoranda do projeto e bolsista da Fapesp.

Outro objetivo central do projeto é compreender se a contaminação por microplásticos afeta também a qualidade nutricional dos camarões, o que pode ter implicações importantes para o consumo humano.

A pesquisa estuda os crustáceos decápodes, que incluem os camarões, siris, lagostas, lagostins e caranguejos, por exemplo. O projeto busca abordar diferentes aspectos, como ciclo de vida, padrões biogeográficos, reprodução, organização populacional, status taxonômico e processos evolutivos desses organismos.

O trabalho também inclui a análise da história evolutiva dessas espécies, com foco em ecossistemas de importância para a sua preservação, como manguezais, estuários e bacias hidrográficas. A integração entre as respostas geradas nesse estudo deve auxiliar na compreensão de aspectos de relevância ambiental e social, como conservação de espécies e de ecossistemas, além de tratar da qualidade de produtos que chegam ao consumidor.


SUGESTÕES DE PAUTA: [email protected] 

- Patrocinado -

Últimas

Seu pet foi picado por um animal peçonhento? Veja dicas do Butantan

Veterinário e coordenador de produção de antivenenos do Butantan...

Após dois meses inaugurada, Horta da Cidade doa mais de 1 tonelada em hortaliças e legumes para entidades sociais

Localizada na Câmara de São Paulo, a horta é administrada pelo programa Sampa+Rural, da Prefeitura de São Paulo Inaugurada em dezembro de 2024, a Horta...

Seu pet foi picado por um animal peçonhento? Veja dicas do Butantan

Veterinário e coordenador de produção de antivenenos do Butantan explica como identificar acidentes e os cuidados que se deve ter com os animais de...

Primeiro transporte hidroviário da cidade, Aquático-SP já transportou 350 mil passageiros na represa Billings

Sistema, inaugurado pela Prefeitura em maio de 2024, reduziu o tempo de viagem do Cantinho do Céu até o Parque Mar Paulista de 1h20...

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui