Evitar o descarte de irregular de lixo também é uma maneira de evitar a poluição dos rios
A despoluição de rios é um processo custoso, mas pode gerar uma série de benefícios para a população urbana e para os ecossistemas aquáticos. José Rodolfo Scarati Martins, professor do Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental (PHA) da Escola Politécnica (Poli) da USP, discorre sobre a importância do monitoramento das águas urbanas.
Segundo o especialista, o primeiro vilão da poluição de águas urbanas são os sistemas de esgoto, que em muitas cidades são misturados com as galerias de drenagem fluvial, resultando em um sistema de tratamento inadequado no qual os dejetos não são devidamente separados e tratados antes de serem lançados nos corpos d’água.
O outro problema destacado pelo docente é a poluição difusa, que consiste no transporte de uma mistura de poluentes atmosféricos e outros contaminantes presentes nas cidades para os rios, através da lavagem pela força das chuvas.
De acordo com Scarati, para realizar o tratamento das águas urbanas é fundamental identificar qual a principal fonte poluente do local. Quando trata-se apenas do esgoto, o especialista destaca que é um processo mais simples de ser executado, basta aperfeiçoar os sistemas de coleta e tratamento. Em relação à poluição difusa, afirma que é um sistema mais difícil de ser monitorado e que precisa ser realizado por diversos setores.
“É preciso evitar, por exemplo, aqueles pontos de descarte irregular de lixo, no qual as pessoas observam aquela quantidade de lixo acumulada e acabam deixando o saco de lixo da casa delas também. A implementação de sistemas de coleta de lixo em recipientes herméticos e a realização de inspeções periódicas nos veículos para controlar a emissão de poluentes também são importantes”, analisa.
Por Julio Silva para o Jornal da USP
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